George Hilton: ele vai deixar o cargo de ministro do Esporte (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2016 às 10h57.
Brasília - George Hilton vai deixar o cargo de ministro do Esporte. Uma negociação política entre o Palácio do Planalto com seu antigo partido, o PRB, custou seu cargo, mesmo ele prometendo lealdade à presidente Dilma Rousseff.
A pasta será comandada por Ricardo Leyser, integrante do PCdoB, mas afinado com o comando nacional do PRB.
Ele é o responsável por cuidar dentro do governo da Olimpíada, e ocupava a secretaria executiva do Ministério do Esporte, mas foi transferido recentemente por Hilton para a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento.
O restante da pasta continuará sob o controle do PRB, que poderá ganhar mais postos dentro da Esplanada, como compensação por recuar da decisão de romper com o governo. Oficialmente, o partido se tornou independente, mas voltou a se alinhar informalmente.
Na pratica, o troca-troca do comando do Esporte mostra a confusão que o governo atravessa internamente por conta da crise política. Insatisfeito com o governo, o PRB anunciou na semana passada que abandonaria a base e entregaria o ministério.
Fiel à presidente, George Hilton anunciou que não concordava com a decisão e deixaria o partido, permanecendo no cargo e se filiando ao Pros. Assim, acreditava que manteria o comando do ministério.
Preocupado com o desembarque do PRB, o que reforçaria o apoio ao impeachment dentro do Congresso, o governo procurou o comando do partido e acertou uma negociação para que a legenda se mantivesse na base.
Para não desagradar o grupo que é contra a presidente, o PRB decidiu liberar seus integrantes para apoiar o impeachment se quiserem, abrindo a questão dentro da legenda. Além disso, como o ministro será do PCdoB, o partido não recua da promessa pública de entregar o comando da pasta.
Com isso, decidiu-se que Hilton, que rompeu com o PRB, teria que ser ejetado do ministério. Como Leyser já cuida da Olimpíada do Rio dentro do governo, a solução não causaria problema de continuidade na organização dos Jogos, uma vez que ele acompanha diretamente esses preparativos.