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Gasto com máquina estatal bate recorde, mostra estudo

Estatísticas do IBGE mostram que governo chegou a gastar 21,7% do PIB no fim de 2009

Governo Lula bateu o recorde de FHC no gasto público, que era de 21,1% do PIB em 1995 (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

Governo Lula bateu o recorde de FHC no gasto público, que era de 21,1% do PIB em 1995 (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 07h42.

São Paulo - Os gastos do setor público com os salários dos funcionários, custeio de máquina e programas ultrapassaram os níveis registrados no início do governo de Fernando Henrique Cardoso, mostra estudo elaborado pelo economista Fernando Montero, economista-chefe da corretora Convenção.

Com a revisão das estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciada na semana passada, ficou-se sabendo que o peso da máquina estatal nos três níveis de governo atingiu um pico de 21,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim de 2009. No fim de 1995, essas despesas estavam em 21,1% do PIB, na mesma base de comparação.

“A equipe econômica do governo dizia que o consumo do governo no PIB continuava abaixo de 1995 e que o que estava aumentando eram as transferências, como o salário mínimo e o Bolsa Família”, comentou. ”As novas séries revisadas de PIB desmentem essa afirmação.” Com a alteração de dados pelo IBGE, o consumo do governo ficou 5,7% maior no primeiro semestre deste ano, em comparação com a série anterior. Essa seria, segundo o economista, a principal explicação para o aumento de 1% no valor nominal do PIB na primeira metade de 2010.

A correção das estatísticas, retratando maior crescimento do gasto público, se deve basicamente aos Estados e municípios. Montero acredita que o IBGE obteve estatísticas mais confiáveis sobre o comportamento das despesas nessa esferas administrativas. “Quando as séries do consumo público são atualizadas nas análises de participação na economia, a trajetória que aparece é um avanço do PIB substancialmente maior que o anteriormente divulgado”, comentou. “O peso deste maior consumo público na economia é um dos desafios para retomar a poupança doméstica.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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