Fux diz que Congresso deve parar de judicializar a política e lidar com ônus de suas propostas
Ministro do STF repudiou o acionamento da Suprema Corte em questões que não cabem ao Judiciário
Agência de notícias
Publicado em 12 de maio de 2023 às 12h21.
Última atualização em 12 de maio de 2023 às 12h52.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal ( STF ) criticou a judicialização da política nesta sexta-feira. De acordo com o ministro, deputados federais e senadores devem parar de acionar a Corte em questões que cabem ao Congresso Nacional legislar e lidar com o ônus eleitoral de suas propostas.
"Em primeiro lugar, o Parlamento deve assumir o custo social. O que não pode haver é essa judicialização que tem havido. Tudo eles vão ao Supremo Tribunal Federal porque não querem pagar o custo social de uma deliberação que não agrade o povo", disse o ministro.
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Fux afirmou ainda que, apesar dos ministros do Supremo não serem eleitos, o Judiciário deve ter o respeito da população para que atentados como o do dia 8 de janeiro, quando a Praça dos Três Poderes foi invadida em Brasília, não se repitam.
Neste sentido, é preciso que não ocorra a judicialização de propostas legislativas. Como exemplo, ele citou uma ação que chegou à Corte sobre o código florestal.
O que disse Luis Fux?
"Há questões que o Judiciário não tem competência legal. Como sobre o código florestal, por exemplo, nós que vamos dizer o que é certo? Nós não temos nem formação para isso. É preciso que não haja esse excesso de judicialização nem da Justiça nem das questões sociais.
Antes das críticas, Fux defendeu a divisão dos Três Poderes e a importância do Legislativo por representar a soberania popular. As declarações foram dadas durante o seminário Direito na Indústria, realizado pela Firjan no Centro do Rio. Nesta manhã, o ministro Luiz Fux fez uma palestra magna sobre Segurança Jurídica e Desenvolvimento Econômico na abertura do evento.
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