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Futuro secretário de Doria quer fazer "overbooking da saúde"

Wilson Pollara pretende, por exemplo, convocar mais de um paciente para o mesmo agendamento, numa espécie de overbooking da saúde

Saúde: outra possível mudança em estudo diz respeito à Rede Hora Certa, criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) (Youtube/Reprodução)

Saúde: outra possível mudança em estudo diz respeito à Rede Hora Certa, criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) (Youtube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 16h17.

Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 16h19.

São Paulo - Anunciado como futuro secretário municipal da Saúde de São Paulo, o médico Wilson Pollara disse nesta quinta-feira, 27, que, quando assumir, pretende adotar novas estratégias para reduzir o tempo de espera por exames na cidade.

O médico pretende, por exemplo, convocar mais de um paciente para o mesmo agendamento, numa espécie de overbooking da saúde.

A convocação dupla, segundo Pollara, ajudaria a reduzir o absenteísmo, que estaria na casa dos 30%. O futuro secretário afirmou que a rede estará preparada para atender dois usuários no mesmo horário, caso não haja falta.

Outra possível mudança em estudo diz respeito à Rede Hora Certa, criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

A futura gestão estuda usar as unidades como Poupatempo da Saúde, onde seria possível ao usuário resolver problemas mais simples, como dúvidas a respeito do uso de medicamentos e até realização de exames de sangue.

Drogas

Pollara ainda defende uma integração dos programas do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para o atendimento a dependentes de crack.

Durante a campanha, o então candidato João Doria prometeu acabar com o programa Braços Abertos, de Haddad, e implantar na cidade o Recomeço, desenvolvido pelo governo do Estado.

O projeto atual da Prefeitura trabalha com o resgate de usuários de crack a partir do trabalho remunerado. Já o Recomeço propõe a internação de dependentes.

"Vamos tentar integrar os dois programas, o Recomeço com o Braços Abertos, logicamente vamos ver o que tem de melhor em cada um", disse o futuro secretário de Doria após ser anunciado para a pasta.

Ele considera os dois programas como "exitosos" e falou que, quando assumir, a equipe vai levantar dados para ver o que mantém e o que retira do programa.

"Vamos juntar os dois (programas). Obviamente não é totalmente dispensável (o Braços Abertos)", disse o futuro secretário, que foi um dos responsáveis por implantar o Recomeço na gestão Alckmin. Pollara ocupa atualmente o cargo de secretário-adjunto de Saúde no governo do Estado.

O futuro secretário de Doria afirmou que a política de remuneração a dependentes precisa ser reavaliada através de dados.

"Se esse dinheiro realmente ajudou a pessoa, não vai ter problema nenhum. Se está sendo usado para comprar drogas, temos que avaliar isso através de algum indicador", comentou.

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