Fuga em prisão de Mossoró: polícia acha pegadas e camisetas em caçada a detentos
Ministério da Justiça prorrogou as restrições impostas aos presídios federais e inclui suspensão de banho de sol, visitas e atividades educacionais
Agência de notícias
Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 15h50.
Moradores da cidade de Mossoró (RN) relatam ter avistado nesta sexta-feira, 16, duas pessoas que podem ser os foragidos da penitenciária federal da cidade.
Os investigadores que atuam nas buscas pelos criminosos também encontraram pertences que seriam dos detentos Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, como camisetas e uma toalha. Foram identificadas ainda pegadas que seriam dos criminosos na região.
Na manhã desta sexta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública também prorrogou as restrições impostas aos presídios federais até o dia 21 de fevereiro, quinta-feira. A medida suspende banho de sol, visitas e atividades educacionais e religiosas nas unidades. Foi a primeira fuga de um presídio federal desde 2006, quando o modelo começou a ser implementado.
O cerco aos criminosos começou a se fechar, de acordo com autoridades e policiais que acompanham o caso. Após moradores de Mossoró terem visto os foragidos e rastros dos prisioneiros terem sido encontrados, a expectativa é de que eles sejam capturados em breve. Atualmente, cerca de 300 agentes atuam nas buscas em um perímetro de 15 quilômetros ao redor da penitenciária federal.
Conforme o ministério, os agentes utilizam drones, equipamentos que medem a temperatura corporal e aeronaves para realizar as buscas, além do apoio de forças estaduais. Essa é a primeira crise enfrentada pelo novo titular da pasta, Ricardo Lewandowski.
Detentos escalaram luminária para escapar
Na quinta-feira, 15, o ministro detalhou a dinâmica da fuga. Os criminosos escalaram uma luminária na cela, chegaram ao teto do presídio e conseguiram alcançar o pátio, onde era realizada uma obra de manutenção. Ali, encontraram uma brecha em um tapume e usaram alicate para cortar o alambrado que dá acesso ao exterior. O Estadão apurou que os detentos ficavam em celas vizinhas, o que facilitou a comunicação entre eles.
Segundo o governo federal, o presídio tinha diversas falhas em sua construção, o que também tornou a fuga mais fácil. "Outro fator é que o presídio estava passando por uma reforma interna, havia operários dentro da unidade, ferramentas que não estavam devidamente acondicionadas e trancadas", disse Lewandowski.
"Possivelmente, estavam espalhadas ao alcance das pessoas que realizaram a fuga. Havia defeitos na construção do presídio. Houve uma fuga pela luminária da cela e, ao invés de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava protegida e fechada com um simples trabalho comum de alvenaria", acrescentou o ministro.