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França apoia candidatura do Brasil a vaga no CS da ONU

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 integrantes, dos quais apenas cinco têm assentos permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos


	Reunião do Conselho de Segurança: o governo brasileiro defende a ampliação para pelo menos 25 vagas no total para o CS
 (Mario Tama/Getty Images)

Reunião do Conselho de Segurança: o governo brasileiro defende a ampliação para pelo menos 25 vagas no total para o CS (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2012 às 15h44.

Brasília – O governo do presidente da França, François Hollande, apoia a campanha do Brasil em favor da reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), assim como a candidatura brasileira, se o órgão for ampliado. A confirmação de apoio ao pleito do Brasil foi dada hoje (27) pelo ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, durante reunião com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, em Paris.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 integrantes, dos quais apenas cinco têm assentos permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Os demais lugares são rotativos e cada país ocupa a vaga por dois anos. O governo brasileiro defende a ampliação para pelo menos 25 vagas no total.

Na reunião, Patriota e Fabius conversaram também sobre a onda de violência na Síria, a crise econômica internacional e o impasse envolvendo o Irã, além de ações estratégicas de proteção de desenvolvimento na região de fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil, na altura do Amapá, bem como a cooperação em educação, ciência e tecnologia e energia.

No cenário internacional, a França e o Brasil coincidem sobre algumas posições. Ambos os governos defendem a busca pelo diálogo e medidas pacíficas como solução para impasses. Patriota e Fabius reiteraram um cessar-fogo imediato na Síria, onde conflitos ocorrem há 17 meses e mais de 20 mil pessoas morreram. A oposição exige uma transição política no país e não aceita o atual governo.

Patriota e Fabius conversaram também sobre a missão de paz para a estabilização do Haiti, formada por integrantes das Forças Armadas de vários países. Ambos disseram que é necessário manter essas tropas estrangeiras no país caribenho até que o governo do presidente haitiano, Michel Martelly, considere que a ajuda não é mais fundamental ao país.


Porém, em relação ao Irã, há divergência entre o Brasil e a França. Para o governo brasileiro, os iranianos têm direito em desenvolver um programa nuclear desde que tenha fins pacíficos. Já o governo francês também concorda com o direito dos iranianos de ter um programa próprio de energia nuclear. No entanto, é favorável à imposição de sanções, se necessário. O Brasil não considera a possibilidade de sanções.

A economia também foi tema da conversa entre os chanceleres, pois há interesses de ambos os países em incrementar as relações bilaterais. Para o Brasil, é fundamental a troca de tecnologia com os franceses, enquanto para a França, é interessante uma associação ao dinamismo da economia brasileira.

De Paris, Patriota viaja amanhã (28) para Estocolmo, na Suécia. Depois, o chanceler deve seguir para o Senegal (África) e El Salvador (América Central). Em todas as reuniões, o ministro deve defender a posição do Brasil a favor do desenvolvimento econômico, com base nas políticas sociais e na busca pelo diálogo para a obtenção de soluções de paz para os conflitos.

No primeiro semestre de 2012, o intercâmbio comercial entre o Brasil e a França atingiu US$ 4,9 bilhões, o que representa aumento de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. De 2001 e 2011, o estoque de investimentos franceses no Brasil cresceu cerca de US$ 19 bilhões. Em 2011, a França foi o quinto maior investidor no Brasil, segundo dados do governo.

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