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FMI: Justiça no Brasil está mais eficiente e Lava Jato prova isso

Artigo do FMI apresenta a Lava Jato como um exemplo de que o combate à corrupção já dá bons frutos na América Latina

Agente da força-tarefa da Lava Jato: sinal de instituições fortes (Ueslei Marcelino/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 29 de setembro de 2017 às 14h19.

Última atualização em 29 de setembro de 2017 às 14h20.

São Paulo - Em artigo publicado nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que a Operação Lava Jato é um exemplo de que o combate à corrupção em países da América Latina já dá seus primeiros resultados -- apesar dos esquemas de desvios de recursos públicos persistirem como um problema grave para as economias latino-americanas.

De acordo com o relatório, a luta contra a corrupção nos países latinos tem crescido como prioridade, seja por meio de atualizações da legislação ou por meio de instrumentos de transparência do destino dos recursos públicos.

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Nesse contexto, a investigação que revelou um sistema de corrupção em diversas empresas estatais e privadas do Brasil é apresentado como um resultado concreto desses esforços:

“A recente investida contra a corrupção no Brasil com a Operação Lava Jato é reflexo de um judiciário mais eficiente, promotores independentes e dotados com orçamento apropriado, além do apoio decisivo da mídia e sociedade”, afirma o texto assinado por David Lipton, vice-diretor-geral do FMI, Alejandro Werner, diretor do departamento do Hemisfério Ocidental da mesma instituição, e S. Pelin Berkmen, subchefe do mesmo departamento.

Na primeira parte do relatório, publicada na semana passada, o órgão lembra que “quando a corrupção é sistêmica, reduz-se a capacidade do Estado para desempenhar suas funções básicas, tornando críticos os custos a ela associados. Além disso, a corrupção elevada tende a ser acompanhada por maior desigualdade”.

De acordo com o estudo, o combate eficiente à corrupção pode aumentar a renda per capita do quartil inferior ao mediano da população em 3 mil dólares na América Latina.

Instituições mais fortes

O Brasil subiu 11 degraus no pilar “instituições” do ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, divulgado nesta semana.

A melhoria no conceito, que mede a qualidade do setor público e privado do país, é visto pelo órgão como um efeito direto das “investigações que levam à uma maior transparência e percepção de procedimentos bem sucedidos para reduzir a corrupção dentro dos limites institucionais da Constituição do Brasil”, diz o estudo.

No entanto, mesmo com o avanço, o Brasil continua na posição 109 em termos de qualidade de suas instituições. Em outros termos, há apenas 28 países com instituições piores que as brasileiras.

Além disso, no ranking de países mais corruptos, o Brasil está em quinto — atrás apenas de Venezuela, Paraguai, República Dominicana e Chade. E é o pior em termos de confiança nos políticos. Estamos no caminho certo? Aparentemente sim. Mas a jornada ainda é longa.

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