O alto preço da carne também deve contribuir para elevar a inflação (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2011 às 13h11.
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Antonio Evaldo Comune, prevê que o indicador, que mede a inflação na cidade de São Paulo, vai encerrar 2011 em alta de 4,5%. Este é exatamente o centro da meta de inflação que será perseguida este ano pelo Banco Central (BC). A autoridade monetária, no entanto, tem como referência para as metas a inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Comune afirma que o viés do IPC é de alta. "Não tenho por que desconfiar que o governo não fará de tudo para cumprir a meta. Minha previsão é de 4,5% para o IPC, mas considerando arranque forte de janeiro e pressões eu, no mínimo, tenho de colocar um viés de alta nesse número", declarou.
As principais pressões para o IPC neste ano, segundo o economista, deverão vir de alimentos e transportes. "Há ameaças pela frente. A questão da carne não está resolvida e deve perdurar em janeiro e fevereiro", disse Comune. Quanto aos transportes, uma grande contribuição para o IPC deve vir do reajuste de 11% da tarifa de ônibus urbano na cidade de São Paulo.
Segundo a Fipe, o impacto deste reajuste, que deve se estender por janeiro e fevereiro, será de 0,42 ponto porcentual no índice. Apenas em janeiro, a contribuição do reajuste deve ser de 0,36 ponto no IPC. Comune espera ainda que o indicador em janeiro apresente alta de 1,20%. Se concretizada, essa seria a segunda maior alta para o IPC num mês de janeiro desde os 2,19% registrados em janeiro de 2003. Em igual período do ano passado, o IPC subiu 1,34%.