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Fim do uso de máscara: em quais situações ainda devo manter a proteção

Para especialistas em saúde pública, a proteção facial ainda é recomendada em alguns casos, como eventos e transporte público

Máscara (Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC/Agência Brasil)

Máscara (Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC/Agência Brasil)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 9 de março de 2022 às 12h56.

Última atualização em 9 de março de 2022 às 16h58.

O estado de São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro determinaram o fim do uso de máscaras. No caso paulista, apenas em ambiente aberto, e para cariocas vale em qualquer local, incluindo transporte público. O item de segurança tão essencial no combate ao coronavírus é uma proteção individual, mas também coletiva porque diminui drasticamente a possibilidade de uma pessoa ter a covid-19.

O debate sobre a desobrigação no Brasil só é possível graças ao alto número de vacinação no país. Segundo o levantamento feito pelo consórcio de imprensa, divulgado no dia 8 de março, 156.528.848 pessoas já receberam as duas doses da vacina contra a covid-19, ou a dose única, e estão totalmente protegidas. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a 72,86% da população brasileira.

A média móvel, que contabiliza o número de óbitos da última semana, é de 457. A média de casos é de 46.742. Os dados são compilados pelo consórcio de imprensa que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

Para especialistas em saúde pública, a proteção facial ainda é recomendada em alguns casos. Gonzalo Vecina, um dos maiores sanitaristas do país, concorda com a retirada da obrigatoriedade da máscara em locais abertos, sem aglomerações. Caso tenha qualquer sintoma, como tosse, coriza ou febre, o item protege não só você, mas quem está em volta.

Para Vecina a retirada da máscara não vale para quem tem algum tipo de doença preexistente, em especial os imunodeprimidos, por terem um sistema imunológico mais vulnerável. “Portadores de comorbidades, transplantados, obesos, idosos acima de 80 anos deveriam manter o uso de máscara por decisão própria”, explica.

Shows e eventos

Estudos mostram que menos de 1% das transmissões ocorrem ao ar livre. Apesar de ser baixa, ela não é zero. Por conta disso, os especialistas recomendam usar máscara quando há muita aglomeração, como em shows ou jogos de futebol em estádios. Com o grande número de pessoas próximas, a probabilidade de ter contato com o coronavírus aumenta.

Outra recomendação é em ambientes fechados. O grupo de cientistas do Observatório Covid-19 BR diz que somente quando a dose de reforço for aplicada de maneira mais ampla em toda a população é que há a possibilidade de recomendar a flexibilização de máscara para espaços fechados.

“Ainda há um risco de que parte destes casos se tornem graves pela falta do reforço. Consideramos seguro abrir mão da máscara apenas em locais ao ar livre, por enquanto”, dizem.

Transporte público

Mesmo que na cidade do Rio de Janeiro a prefeitura tenha determinado o fim do uso de máscara no transporte público, os especialistas são quase unânimes ao afirmar que a medida ainda é precipitada, sobretudo nas grandes cidades brasileiras em que são registrados constantes casos de lotação de ônibus, trens e metrôs.

Em países europeus, como a França, a máscara deixou de ser obrigatória em locais abertos e fechados em dois momentos de baixa de casos, internações e mortes causadas pela covid-19. Mas nas duas ocasiões, no transporte público sempre ficou mantido o uso compulsório da proteção facial. O mesmo vale para situações de viagens, seja por via aérea ou terrestre.

Os especialistas ouvidos pela reportagem ainda recomendam que o poder público continue exigindo o passaporte sanitário para a população acessar ambientes fechados. No Rio de Janeiro, o documento será exigido, pelo menos, até o fim de março.

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