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Filho de Eduardo Campos vira chefe de gabinete em Pernambuco

O cargo que João Campos agora ocupa já foi do seu pai, quando também tinha 22 anos.


	João Campos: apontado desde a morte do seu pai como herdeiro político da família, João assumiu o cargo de secretário de organização do PSB estadual em 2014
 (Paulo Uchôa/ Fotos Públicas)

João Campos: apontado desde a morte do seu pai como herdeiro político da família, João assumiu o cargo de secretário de organização do PSB estadual em 2014 (Paulo Uchôa/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 17h45.

Recife - A família Campos volta oficialmente a ter influência direta no governo de Pernambuco com a posse de João Campos, na quinta-feira, 18. Filho do ex-governador Eduardo Campos, o jovem de 22 anos assumiu a chefia do gabinete do atual governador, Paulo Câmara (PSB).

"Jovens têm o olhar livre de amarras", defendeu João em seu discurso, que relembrou várias vezes a trajetória política do pai e de seu bisavô, Miguel Arraes, chefe do Executivo estadual em duas ocasiões.

Apontado desde a morte do seu pai como herdeiro político da família, João se engajou nas eleições de 2014, subindo ao palanque de Câmara, de Marina Silva e, no segundo turno, de Aécio Neves em Pernambuco. No mesmo ano, ele assumiu o cargo de secretário de organização do PSB estadual.

Em meio à comoção com o acidente de avião que vitimou Eduardo Campos, em Santos (SP), em agosto de 2014, no meio da campanha presidencial, e com o apoio da família Campos, o atual governador venceu no primeiro turno com 68% dos votos válidos, Marina Silva chegou a ficar à frente da favorita Dilma Rousseff (PT) antes do primeiro turno.

"Apesar de jovem, não começo hoje minha caminhada. Até quando criança, eu trocava as brincadeiras para acompanhar meu pai", disse João na cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, com a presença de toda a família Campos, incluindo a ministra do TCU, Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, e do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

De acordo com o Portal da Transparência de Pernambuco, Ruy Bezerra, antigo chefe de gabinete, ganhava um salário líquido de R$ 7.787,43.

Nos bastidores, a entrada de João na equipe de Paulo Câmara é considerada o primeiro passo para a disputa a um cargo de deputado federal em 2018.

"Temos que pensar o agora, e ele vai assumir grandes responsabilidades com esse cargo de minha confiança", destacou o governador Paulo Câmara. João, que ainda vai se formar em engenharia civil pela Universidade Federal de Pernambuco, disse ainda não pensar nas próximas eleições.

O cargo que João agora ocupa já foi do seu pai, quando também tinha 22 anos. Eduardo Campos foi chefe de gabinete de Miguel Arraes em seu segundo mandato como governador (1987-1990). "Não quero ter a responsabilidade de ser Eduardo Campos, mas quero fazer tudo com a dedicação que ele fazia".

Ruy Bezerra deixa a chefia de gabinete para assumir a Controladoria-Geral do Estado. Já o atual controlador-geral, Rodrigo Amaro, vai para a Assessoria Especial com a missão de implantar a empresa pública de recuperação de débitos e emissão de debêntures.

Filha na Prefeitura de Recife. Com um cargo mais técnico, a filha mais velha de Eduardo Campos, a arquiteta Maria Eduarda, também vai atuar em uma gestão do PSB, mas na Prefeitura do Recife.

No último dia 4 de fevereiro, foi publicada no Diário Oficial da capital a nomeação da jovem de 24 anos como gerente de zoneamento especial do Instituto Pelópidas Silveira, que cuida de assuntos urbanísticos da cidade.

De acordo com a Prefeitura do Recife, que é comandada por Geraldo Julio (PSB), Maria Eduarda estagiou no instituto por um ano e sete meses e foi contratada após uma avaliação. Ela não tem subordinados e deverá revisar a carta de navegação do município.

Reação

Em meio à polêmica que se formou com a nomeação dos dois filhos de Eduardo Campos a cargos públicos em Pernambuco, um protesto já foi marcado no Recife, para a próxima quarta-feira, 24.

O evento denominado "Contra nova política do PSB" tem mais de 500 confirmados. Organizadora da manifestação, a bailarina e ex-BBB Bella Maia foi até o Palácio nessa quinta questionar a escolha dos nomes.

"Isso é a velha política e não condiz com o que o partido prega", disse.

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