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Filha de motorista de JK refuta assassinato

A advogada disse ontem que não permitirá a terceira exumação dos restos mortais de seu pai

JK acenando num Fusca: a Comissão da Verdade apresentou a hipótese de que o motorista teria levado um tiro na cabeça antes da colisão do automóvel em JK estava quando morreu (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 08h34.

Brasília - A advogada Maria de Lourdes Ribeiro, filha de Geraldo Ribeiro, motorista que dirigia o carro do ex-presidente Juscelino Kubitschek quando ele morreu na Rodovia Presidente Dutra em agosto de 1976, disse ontem que não permitirá a terceira exumação dos restos mortais de seu pai.

O pedido para um novo exame foi feito pela Comissão Municipal da Verdade de São Paulo à Justiça de Minas Gerais, onde Ribeiro foi sepultado. O pedido foi acatado, mas condicionado à autorização da família.

"Foi um acidente. Essa tese do tiro é muito primária para mim, que sou advogada. Não quero que entrem mais na vida do meu pai. Estão invadindo a nossa privacidade", disse Maria de Lourdes ao jornal O Estado de S. Paulo.

Anteontem, a comissão apresentou um relatório com 92 indícios, segundo ela, de que o ex-presidente teria sido assassinado - o principal deles seria que Ribeiro teria levado um tiro na cabeça antes da colisão do automóvel em que estavam. A comissão afirmou ainda que o motorista e JK foram vítimas de uma conspiração.

Ribeiro foi periciado pela primeira vez em 1976, após o acidente. Em 1996, o ex-secretário particular de JK, Serafim Jardim, conseguiu liminar para uma nova exumação. Concluiu-se na época que havia um fragmento metálico no crânio de Ribeiro, mas que seria um prego do caixão.

"Se não provarem que ele foi assassinado, eu posso entrar com uma ação por danos morais. Isso está sendo um transtorno enorme para mim. Estou sem dormir", diz Maria de Lourdes.


A advogada afirma que nunca foi chamada para falar à Comissão da Verdade. "Se eles pegarem os restos do meu pai e levarem para São Paulo, quem garante que não vão colocar um tiro lá?", questiona.

Para ela, apenas escritores e políticos têm interesse na hipótese de assassinato. "Seria mais confortável para mim se eu comungasse com essa tese. Eu até poderia pedir indenização do governo, mas meu pai me ensinou que a mentira prende e a verdade solta. Meu pai não levou tiro", ressalta.

"A Maria Estela (Kubitschek Lopes, filha adotiva de JK), também não quer mais discutir esse assunto. Ela acha que desígnios de Deus não se discutem. Ela me escreveu dizendo isso."

Perito. Presidente da comissão, o vereador Gilberto Natalini (PV) diz que Maria de Lourdes não foi encontrada para receber o convite. "(Na exumação de 1996) o perito criminal Alberto Carlos de Minas viu que havia um rombo na cabeça do motorista, mas não deixaram que ele fotografasse. Respeito muito o sofrimento dela, mas não abrimos mão do relatório."

Segundo o ex-secretário particular de JK, Serafim Jardim, as perícias de 1976 e de 1996 estavam erradas. "Podiam ter guardado o metal que estava na cabeça do Geraldo e que disseram ser um prego, mas não fizeram isso. A Maria de Lourdes está falando bobagem", afirma.

A Comissão da Verdade pediu, com base no relatório, que o governo federal, o STF e o Congresso retifiquem a causa da morte de JK e reconheçam que ele foi assassinado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - A advogada Maria de Lourdes Ribeiro, filha de Geraldo Ribeiro, motorista que dirigia o carro do ex-presidente Juscelino Kubitschek quando ele morreu na Rodovia Presidente Dutra em agosto de 1976, disse ontem que não permitirá a terceira exumação dos restos mortais de seu pai.

O pedido para um novo exame foi feito pela Comissão Municipal da Verdade de São Paulo à Justiça de Minas Gerais, onde Ribeiro foi sepultado. O pedido foi acatado, mas condicionado à autorização da família.

"Foi um acidente. Essa tese do tiro é muito primária para mim, que sou advogada. Não quero que entrem mais na vida do meu pai. Estão invadindo a nossa privacidade", disse Maria de Lourdes ao jornal O Estado de S. Paulo.

Anteontem, a comissão apresentou um relatório com 92 indícios, segundo ela, de que o ex-presidente teria sido assassinado - o principal deles seria que Ribeiro teria levado um tiro na cabeça antes da colisão do automóvel em que estavam. A comissão afirmou ainda que o motorista e JK foram vítimas de uma conspiração.

Ribeiro foi periciado pela primeira vez em 1976, após o acidente. Em 1996, o ex-secretário particular de JK, Serafim Jardim, conseguiu liminar para uma nova exumação. Concluiu-se na época que havia um fragmento metálico no crânio de Ribeiro, mas que seria um prego do caixão.

"Se não provarem que ele foi assassinado, eu posso entrar com uma ação por danos morais. Isso está sendo um transtorno enorme para mim. Estou sem dormir", diz Maria de Lourdes.


A advogada afirma que nunca foi chamada para falar à Comissão da Verdade. "Se eles pegarem os restos do meu pai e levarem para São Paulo, quem garante que não vão colocar um tiro lá?", questiona.

Para ela, apenas escritores e políticos têm interesse na hipótese de assassinato. "Seria mais confortável para mim se eu comungasse com essa tese. Eu até poderia pedir indenização do governo, mas meu pai me ensinou que a mentira prende e a verdade solta. Meu pai não levou tiro", ressalta.

"A Maria Estela (Kubitschek Lopes, filha adotiva de JK), também não quer mais discutir esse assunto. Ela acha que desígnios de Deus não se discutem. Ela me escreveu dizendo isso."

Perito. Presidente da comissão, o vereador Gilberto Natalini (PV) diz que Maria de Lourdes não foi encontrada para receber o convite. "(Na exumação de 1996) o perito criminal Alberto Carlos de Minas viu que havia um rombo na cabeça do motorista, mas não deixaram que ele fotografasse. Respeito muito o sofrimento dela, mas não abrimos mão do relatório."

Segundo o ex-secretário particular de JK, Serafim Jardim, as perícias de 1976 e de 1996 estavam erradas. "Podiam ter guardado o metal que estava na cabeça do Geraldo e que disseram ser um prego, mas não fizeram isso. A Maria de Lourdes está falando bobagem", afirma.

A Comissão da Verdade pediu, com base no relatório, que o governo federal, o STF e o Congresso retifiquem a causa da morte de JK e reconheçam que ele foi assassinado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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