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Fichtner era homem da cúpula do Cabral e exercia poder até hoje

O ex-secretário da Casa Civil, preso nesta quinta-feira, teria recebido R$ 1,56 milhão em vantagens indevidas e usado seu cargo para favorecimentos

Sérgio Cabral (Elza Fiúza/ABr/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 13h48.

Rio - A procuradora do Ministério Público Federal (MPF), Marisa Ferrari, destacou que o ex-secretário da Casa Civil Regis Fichtner tinha um amplo poder na hierarquia da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e exercia sua influência até hoje.

Considerado um dos homens da cúpula do ex-governador, a procuradoria apontou que Fichtner, preso nesta quinta-feira, 23, teria recebido R$ 1,56 milhão em vantagens indevidas e usado seu cargo como chefe da Casa Civil para favorecer empresas específicas de outros integrantes da organização.

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"Fichtner tinha uma posição muito relevante dentro do governo de Sérgio Cabral. Nos chamou atenção nas investigações o fato de que a empresa Líder Taxi Aéreo (que tem como assessoria o escritório de advocacia de Fichtner) tinha muitas isenções fiscais dadas pelo governo. Um dos fundamentos também para a instrução do processo é que foi detectado que ele poderia estar tentando se livrar da aplicação da lei penal, ao apagar um e-mail que era utilizado para a comunicação com outros membros da organização. O cargo exercido por ele como assessor da Procuradoria Geral do Estado demonstra a grande influência dele até hoje", disse a procuradora, durante coletiva de imprensa na Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio.

Suplente de Sérgio Cabral no Senado de 2002 a 2007, Fichtner assumiu este cargo de 2006 a 2007. No mesmo ano, ele assumiu a secretaria da Casa Civil de Cabral, onde ficou até 2014. Cabral está preso desde novembro de 2016.

"Farra dos Guardanapos"

Os procuradores voltaram a reforçar que a situação que o Rio vive atualmente, de crise financeira, também é por conta da organização liderada por Cabral. Na Operação C'est Fini, agora deflagrada, o MPF constatou que chegou a todos envolvidos da festa conhecida como 'Farra dos Guardanapos'. No episódio, secretários de Cabral e empresários que tinham altos contratos com o poder púbico se reuniram em Paris para uma confraternização de luxo.

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