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Falta mão de obra para tablet nacional

Ausência de profissionais pode obrigar país a trazer especialistas do exterior

O tablet iPad, da Apple: onde está a mão de obra local para a produção do produto no país? (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2011 às 19h27.

São Paulo – Para o pesquisador João Maria de Oliveira, do grupo que estuda economia da informação no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Brasil não dispõe de mão de obra que suporte o processo de fabricação de tablets no país.

Conforme cronograma estabelecido nesta semana pelos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a indústria nacional de tablets deverá ser implantada até 2014.

“Não temos mão de obra qualificada para dar suporte à continuidade do processo de instalação do tablet”, alerta o pesquisador do Ipea.

“Acredito que existe, atualmente, um déficit de mão de obra em quase todas as áreas de atuação, o que, com certeza, implica em certa dificuldade de encontrar profissionais interessados e qualificados para o desenvolvimento e produção da indústria de tablet”, concorda Fábio Bedran, gerente administrativo da empresa mineira MXT, que anunciou a fabricação do gadget para o mercado corporativo.

Para Bedran, a produção de tablets no país exige a contratação de engenheiros elétricos, engenheiros de radiofrequência e engenheiros de telecomunicação, para o desenvolvimento dos dispositivos do aparelho, e também de pessoas formadas em ciência da computação e sistema de informação, para o desenvolvimento de aplicativos e programas.

Na fabricação do equipamento, o país precisará ter engenheiros de controle e automação e, para a fase de testes, haverá demanda por mais bacharéis em ciência da computação e de técnicos de eletrônica.

A linha de montagem, que usa robôs e não é intensiva em mão de obra, e a linha de finalização do produto exigiriam trabalhadores com ensino médio.

De acordo com Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, a nacionalização vai demandar grandes esforços para formação de mão de obra. Ele considera a disponibilidade da força de trabalho para a indústria de ponta no Brasil “uma questão bem delicada do nosso desenvolvimento, ainda a ser resolvida”.


Segundo estimativa do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, o Brasil tem um déficit de 20 mil engenheiros por ano. A ausência dos engenheiros e de outros profissionais para o desenvolvimento de projetos e processos de fabricação do tablet pode forçar a importação de força de trabalho, como admitem a Associação Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica e o próprio Ministério da Ciência e Tecnologia.

“[Há a possibilidade de] treinar profissionais fora do país e trazê-los de volta para operação das fábricas mais sofisticadas”, revela o secretário de Política de Informática do ministério, Virgílio Almeida. “O MCT vai procurar criar programas que apoiem as empresas a fazer isso”, completa.

Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) são consideradas pelo governo centros de excelência para a formação, em nível superior, de mão de obra para a indústria de tablet.

De maneira a formar mais técnicos em eletrônica, o Ministério da Educação (MEC) avalia a oferta de cursos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), a ser votado no Congresso Nacional.

O pesquisador do Ipea acredita que o projeto ajuda, mas avalia que a decisão sobre a formação de mais profissionais deve seguir uma estratégia de l5 anos, que indique até duas áreas de prioridade para a indústria nacional de tablet, nas quais o país possa se tornar mais competitivo a longo prazo.

*Com informações da Agência Brasil

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São Paulo – Para o pesquisador João Maria de Oliveira, do grupo que estuda economia da informação no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Brasil não dispõe de mão de obra que suporte o processo de fabricação de tablets no país.

Conforme cronograma estabelecido nesta semana pelos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a indústria nacional de tablets deverá ser implantada até 2014.

“Não temos mão de obra qualificada para dar suporte à continuidade do processo de instalação do tablet”, alerta o pesquisador do Ipea.

“Acredito que existe, atualmente, um déficit de mão de obra em quase todas as áreas de atuação, o que, com certeza, implica em certa dificuldade de encontrar profissionais interessados e qualificados para o desenvolvimento e produção da indústria de tablet”, concorda Fábio Bedran, gerente administrativo da empresa mineira MXT, que anunciou a fabricação do gadget para o mercado corporativo.

Para Bedran, a produção de tablets no país exige a contratação de engenheiros elétricos, engenheiros de radiofrequência e engenheiros de telecomunicação, para o desenvolvimento dos dispositivos do aparelho, e também de pessoas formadas em ciência da computação e sistema de informação, para o desenvolvimento de aplicativos e programas.

Na fabricação do equipamento, o país precisará ter engenheiros de controle e automação e, para a fase de testes, haverá demanda por mais bacharéis em ciência da computação e de técnicos de eletrônica.

A linha de montagem, que usa robôs e não é intensiva em mão de obra, e a linha de finalização do produto exigiriam trabalhadores com ensino médio.

De acordo com Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, a nacionalização vai demandar grandes esforços para formação de mão de obra. Ele considera a disponibilidade da força de trabalho para a indústria de ponta no Brasil “uma questão bem delicada do nosso desenvolvimento, ainda a ser resolvida”.


Segundo estimativa do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, o Brasil tem um déficit de 20 mil engenheiros por ano. A ausência dos engenheiros e de outros profissionais para o desenvolvimento de projetos e processos de fabricação do tablet pode forçar a importação de força de trabalho, como admitem a Associação Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica e o próprio Ministério da Ciência e Tecnologia.

“[Há a possibilidade de] treinar profissionais fora do país e trazê-los de volta para operação das fábricas mais sofisticadas”, revela o secretário de Política de Informática do ministério, Virgílio Almeida. “O MCT vai procurar criar programas que apoiem as empresas a fazer isso”, completa.

Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) são consideradas pelo governo centros de excelência para a formação, em nível superior, de mão de obra para a indústria de tablet.

De maneira a formar mais técnicos em eletrônica, o Ministério da Educação (MEC) avalia a oferta de cursos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), a ser votado no Congresso Nacional.

O pesquisador do Ipea acredita que o projeto ajuda, mas avalia que a decisão sobre a formação de mais profissionais deve seguir uma estratégia de l5 anos, que indique até duas áreas de prioridade para a indústria nacional de tablet, nas quais o país possa se tornar mais competitivo a longo prazo.

*Com informações da Agência Brasil

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