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Facilitar posse de armas é pouco ou nada importante para 66%, diz pesquisa

De 13 metas para os 100 primeiros dias do governo Bolsonaro, a flexibilização da posse de arma é vista como a menos importante, aponta o Ideia Big Data

Arma em loja em São Paulo:  prioridade para o governo, pouca importância para a maioria (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Arma em loja em São Paulo: prioridade para o governo, pouca importância para a maioria (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 8 de março de 2019 às 05h40.

Última atualização em 8 de março de 2019 às 05h40.

São Paulo — O governo de Jair Bolsonaro (PSL) lançou, no início do ano, uma lista com metas para os 100 primeiros dias de mandato. Dos 35 objetivos prioritários – que vão da redução da máquina pública à volta do brasão da República no passaporte brasileiro – o que tem menor relevância para a maioria é a facilitação da posse de armas. Segundo pesquisa do Ideia Big Data, 66,1% das pessoas dizem que isso é pouco ou nada importante.

Bandeira de campanha de Bolsonaro, a flexibilização das regras no setor foi uma das primeiras metas do governo a ganhar impulso, com a assinatura do decreto que altera as normas para a posse de armas de fogo no país, em 15 de janeiro. Em seu discurso na ocasião, o presidente chegou a fazer referência ao referendo de 2005, em que 63% dos brasileiros se manifestaram contra a proibição do comércio de armas e munições. Segundo ele, “o povo decidiu por comprar armas e munições e nós não podemos negar o que o povo quis naquele momento”.

No levantamento feito pelo Ideia Big Data, 43% das pessoas participantes acham nada importante que haja uma facilitação na posse de armas; 22,5% consideram pouco importante; 20,8%, importante; e 13%, muito importante.

O instituto ressalta, em seu estudo, que temas voltados às questões de costumes ou de cunho ideológico, como é o caso da posse de armas e da proposta de tirar o passaporte brasileiro do padrão usado no Mercosul, são considerados de menor importância pelo público.

Todos de olho no INSS

Entre as 13 metas prioritárias (veja o gráfico abaixo) estimuladas na pesquisa feita pelo instituto, a importância do combate às fraudes de beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é quase um consenso. Dos entrevistados, 96,6% consideram muito importantes ou importantes medidas nesse segmento.

Contra fraudes previdenciárias, Bolsonaro assinou uma medida provisória (MP), no fim de janeiro, que prevê a reavaliação de benefícios que não tenham sido confirmados nos últimos seis meses ou sem prazo para terminar. O pente-fino deve se estender até o fim de 2020 e pode trazer a economia de R$ 9 bilhões aos cofres públicos, segundo expectativa do governo.

Metas? Que metas?

O levantamento revelou, ainda, que quase metade dos entrevistados não tem conhecimento sobre os planos apresentados pelo governo. "Ficou sabendo que o governo divulgou as metas prioritárias para os 100 dias de trabalho?" Em resposta a essa pergunta feita pelos pesquisadores, 38,2% responderam não; 43.2%, sim e 18,6%, que não sabem.

O acesso restrito da opinião pública às informações divulgadas pelo governo é explicado pelo tipo de pauta apresentada, segundo análise de Maurício Moura, CEO do Ideia Big Data."As medidas parecem distantes das principais pautas vinculadas na opinião pública", disse Maurício Moura, CEO do Ideia Big Data.

Entre os que responderam que sabiam das metas, 71,8% avaliam que são boas ou muito boas para o Brasil.

Metodologia

A pesquisa foi realizada com pessoas maiores de 18 anos, de todo o Brasil, de 30 de janeiro a 1º de fevereiro. Os quesrionamentos foram respondidos por 1.513 pessoas – ponderadas para ter representatividade por faixa etária, gênero, escolaridade, classe social e região onde vivem. Os dados foram coletados por meio de um aplicativo para celular do próprio instituto Ideia Big Data.

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