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Fachin vota por prisão de Maluf; julgamento é suspenso no STF

O deputado foi condenado pela 1ª turma do STF em maio, a mais de sete anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro

Paulo Maluf: a defesa entrou com embargos de declaração para tentar reverter a decisão (Leonardo Prado/Agência Câmara)

Paulo Maluf: a defesa entrou com embargos de declaração para tentar reverter a decisão (Leonardo Prado/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de setembro de 2017 às 16h11.

Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 16h15.

Brasília - A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta terça-feira, 26, o julgamento de um recurso da defesa do deputado Paulo Maluf (PP-SP) contra a condenação que lhe foi imposta pelo colegiado em maio.

Após o relator, ministro Edson Fachin, votar pela rejeição dos embargos declaratórios (nomedo tipo do recurso), o ministro Marco Aurélio Mello pediu vista - tempo para análise.

Mello prometeu voltar com o voto na próxima sessão, marcada para o dia 3. Maluf foi condenado, em 23 de maio, a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado e à perda do mandato na Câmara.

Ele é acusado de lavagem de dinheiro em movimentações bancárias de US$ 15 milhões entre 1998 e 2006 em contas na Ilha de Jersey, paraíso fiscal localizado no Canal da Mancha.

A decisão do STF, porém, não autorizou a Polícia Federal (PF) a prender Maluf. A defesa ainda podia apresentar um recurso, como o fez.

Os advogados argumentam que o deputado do PP de São Paulo não pode cumprir a pena em regime fechado pela idade avançada, 85 anos.

A perda de mandato também deve ser discutida após a decisão sobre os embargos declaratórios. A defesa de Maluf queria a autorização para incluir novos documentos para análise da ação penal.

O deputado do PP afirmou que haveria documento novo emitido por um banco no qual constariam que algumas movimentações financeiras, de acordo com defesa, foram feitas não a pedido dele, mas por iniciativa da instituição financeira.

"Em oito anos de instrução processual, o embargante insistiu em negar autoria dos fatos, e deixou de apresentar prova que refutasse o conteúdo das acusações. Agora, o réu pretende ver examinados supostos documentos novos que poderiam ter sido analisados anteriormente. Tal proceder revela evidente incompatibilidade com esta fase processual", rebateu Fachin, ao rejeitar os embargos.

"Não só as pessoas, mas também a sociedade, são titulares do direito de um julgamento final das demandas trazidas ao Judiciário", disse Fachin, afirmando que não pode haver um "julgamento infinito". Sobre a questão da idade, o ministro do STF afirmou que deverá ser discutida em outra oportunidade.

"A idade avançada do candidato não é elemento a ser considerado na fixação do regime inicial de pena, mas é matéria que poderá ser analisada no processo de execução penal. As questões apresentadas foram analisadas pelo acórdão embargado. Não há omissão, contradição ou obscuridade a serem sanadas, e concluo na esteira de diversos precedentes a que cito", disse Fachin.

Mello disse que precisava analisar o caso, na condição de revisor da ação penal. Fachin afirmou que, nesta fase da ação penal, de discussão de embargos, o Regimento do STF não previa como obrigatório o fornecimento dos autos previamente para análise do revisor.

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