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Fachin inclui depoimento de propina em inquérito contra Temer

Depoimento aceito pelo ministro do STF é de um delator do grupo J&F que pagava propina a um suposto intermediário do peemedebista

Edson Fachin: ministro do STF aceitou o pedido de inclusão de um depoimento feito por um delator da J&F (Ueslei Marcelino/Reuters)

Edson Fachin: ministro do STF aceitou o pedido de inclusão de um depoimento feito por um delator da J&F (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 12h27.

Brasília - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, acatou um pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incluir em um inquérito que investiga o presidente Michel Temer na corte um depoimento feito por um delator do grupo J&F que pagava propina a um suposto intermediário do peemedebista.

O depoimento em questão foi prestado pelo executivo da empresa Florisvaldo Caetano de Oliveira no acordo de delação premiada firmado por integrantes do grupo empresarial, que controla a JBS.

Na fala aos procuradores, Florisvaldo afirmou que, a mando do diretor da J&F Ricardo Saud, entregou 1 milhão de reais em um escritório na capital paulista a uma pessoa conhecida por "coronel". Ele disse ter estado lá em duas ocasiões, uma para conhecer o destinatário e combinar a forma de entrega e a segunda para efetivar o repasse.

O "coronel" seria João Baptista Lima Filho, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e amigo de Temer. Tanto ele quanto Temer já negaram publicamente terem recebido esse repasse.

A negociação, segundo o delator, ocorreu em 2014, época em que Temer era vice-presidente da República e presidia o PMDB.

No dia 1º de agosto, Fachin autorizou a juntada de uma cópia do depoimento do delator ao inquérito sobre Temer que o investiga por suposto crime de obstrução a investigações.

O depoimento de Florisvaldo fazia parte de uma petição autuada no STF em 23 de maio, dias após a delação de executivos da JBS ter sido homologada por Fachin. Envolve também relato sobre suposto pagamento de propina a intermediários de outros políticos, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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