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Facebook remove 68 páginas e 43 contas pró-Bolsonaro

O Facebook informou que os donos das páginas criaram contas falsas e várias com os mesmos nomes para administrá-las, violando a política autenticidade

Facebook: a rede social afirmou que o conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão (Divulgação/Facebook)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 16h59.

Última atualização em 22 de outubro de 2018 às 18h05.

São Paulo - O Facebook removeu nesta segunda-feira, 22, um grupo de 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró- Bolsonaro da internet. Segundo a empresa, os donos dessas páginas violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar contas falsas e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar essa rede. O conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão do Facebook.

Juntas, essas páginas, controladas por um grupo chamado Raposo Fernandes Associados (RFA), tinham mais engajamento na internet do que jogadores e artistas mundialmente famosos, como Neymar, Anitta e Madonna.

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O caso veio à tona após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicar uma investigação sobre a RFA em parceria com a ONG americana Avaaz. A matéria mostrou como um casal - o advogado formado pela USP Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo - montou um "império" de páginas e sites com apoio de conhecidas figuras conservadoras no País, como Alexandre Frota e Marcello Reis, do Revoltados Online. O Facebook investigava a rede há meses em sigilo.

No dia 12 deste mês, o Estado revelou que somente nos últimos 30 dias, os endereços dessa rede pró-Bolsonaro alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook - ou seja, o total de reações a postagens, comentários e compartilhamentos. Mais de 16 milhões de pessoas seguem essas páginas. Nos mesmos 30 dias, o jogador Neymar acumulou 1,1 milhão de interações, a cantora Anitta conseguiu 574,8 mil e Madonna, 442,5 mil.

"Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online. Por isso, exigimos que as pessoas usem seus nomes reais e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros", diz a nota do Facebook.

 

A empresa que administra o grupo é a Novo Brasil Empreendimentos Digitais Ltda, de propriedade do advogado Ernani Fernandes Barbosa Neto e de Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves. As páginas da rede são sempre identificadas com a sigla RFA na descrição.

Embora se declarasse como independente, a rede administrava endereços como Apoio a Jair Bolsonaro e, durante a divulgação dos resultados do primeiro turno, comemorou nas páginas vitórias como a dos candidatos Eduardo Bolsonaro e Janaina Paschoal, ambos do PSL.

Procurado pela reportagem, o advogado Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo, não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

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