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Experiência no Brasil com merenda escolar é levada a África

Objetivo é fortalecer o programa de alimentação escolar que já existe nos países

Criança comendo merenda escolar: de acordo com o FNDE, responsável pelo Pnae, o Brasil atende diariamente 43 milhões de alunos e serve 130 milhões de refeições em creches e centros de ensino (Antônio Cruz/ABr/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 15h39.

Brasília – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) vai levar a experiência do Brasil em alimentação escolar para países da América Latina e África. A intenção é que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) sirva de base para que os países aprimorem os próprios programas de oferta de merenda.

"O objetivo é fortalecer o programa de alimentação escolar que já existe nos países. Não queremos iniciar programa nenhum. Queremos fortalecer os programas a partir da realidade deles. Levamos os desafios e oportunidades que já conhecemos no Brasil, tudo dentro do respeito e da soberania de cada país", explica a coordenadora do projeto Fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar da FAO Brasil, Najila Veloso.

Segundo Najila, o foco na alimentação escolar é fundamental pois a escola é estratégica para a discussão da segurança alimentar e nutricional das pessoas. A cooperação foi uma iniciativa brasileira e teve início em 2009 com cinco países da América Latina. Atualmente, 11 países fazem parte do projeto que atende a mais de 19 milhões de pessoas.

Um acordo firmado na semana passada incluiu a África no programa com expectativa de investimento de quase US$ 2 milhões. A América Latina recebeu no ano passado US$ 4 milhões para o desenvolvimento do projeto.

Como parte do programa, a FAO elaborou um estudo que foi apresentado esta semana para os gestores e sociedade civil dos países latino-americanos. Os países foram analisados com base em 16 diretrizes consideradas essenciais pela organização, para um programa de alimentação escolar de sucesso.

Com o levantamento, diz a coordenadora, o Brasil pode também avaliar o próprio programa.

"A infraestrutura das nossas escolas está aquém da de alguns outros países. Aqui não temos refeitórios como referência na construção das escolas, como acontece em alguns países da América Latina. Nossos meninos ainda comem em pé, ainda usam pratos e talheres de plástico [mais difíceis de lavar] e muitas vezes têm que usar colheres para comer alimentos que exigem garfo e faca, como carnes", diz Najila.


De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo Pnae, o Brasil atende diariamente 43 milhões de alunos e serve 130 milhões de refeições em creches e centros de ensino. Sobre a origem dos alimentos, pelo menos 30% vem da agricultura familiar.

A coordenadora do Pnae, Albaneide Peixinho, destaca os avanços do programa nos últimos dez anos – como a ampliação de atendimento para creche e ensino médio e lembra que, quando criado, o Pnae atendia a apenas alunos do ensino fundamental e da pré-escola.

Além disso, Albaneide ressalta a importância da agricultura familiar para o envolvimento da comunidade com a escola. "Grande parte desses agricultores é analfabeto e passa a frequentar o ambiente escolar, a entender a escola como um espaço público. Com eles, os estudantes aprendem sobre os alimentos. Os que moram nas cidades entendem que um frango não vem do supermercado, um ovo não vem da indústria, que existem pessoas por trás disso".

O orçamento do Pnae para 2013 é de R$ 3,5 bilhões, para beneficiar estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Parte desse valor, R$ 1,05 bilhão deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar.

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Brasília – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) vai levar a experiência do Brasil em alimentação escolar para países da América Latina e África. A intenção é que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) sirva de base para que os países aprimorem os próprios programas de oferta de merenda.

"O objetivo é fortalecer o programa de alimentação escolar que já existe nos países. Não queremos iniciar programa nenhum. Queremos fortalecer os programas a partir da realidade deles. Levamos os desafios e oportunidades que já conhecemos no Brasil, tudo dentro do respeito e da soberania de cada país", explica a coordenadora do projeto Fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar da FAO Brasil, Najila Veloso.

Segundo Najila, o foco na alimentação escolar é fundamental pois a escola é estratégica para a discussão da segurança alimentar e nutricional das pessoas. A cooperação foi uma iniciativa brasileira e teve início em 2009 com cinco países da América Latina. Atualmente, 11 países fazem parte do projeto que atende a mais de 19 milhões de pessoas.

Um acordo firmado na semana passada incluiu a África no programa com expectativa de investimento de quase US$ 2 milhões. A América Latina recebeu no ano passado US$ 4 milhões para o desenvolvimento do projeto.

Como parte do programa, a FAO elaborou um estudo que foi apresentado esta semana para os gestores e sociedade civil dos países latino-americanos. Os países foram analisados com base em 16 diretrizes consideradas essenciais pela organização, para um programa de alimentação escolar de sucesso.

Com o levantamento, diz a coordenadora, o Brasil pode também avaliar o próprio programa.

"A infraestrutura das nossas escolas está aquém da de alguns outros países. Aqui não temos refeitórios como referência na construção das escolas, como acontece em alguns países da América Latina. Nossos meninos ainda comem em pé, ainda usam pratos e talheres de plástico [mais difíceis de lavar] e muitas vezes têm que usar colheres para comer alimentos que exigem garfo e faca, como carnes", diz Najila.


De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo Pnae, o Brasil atende diariamente 43 milhões de alunos e serve 130 milhões de refeições em creches e centros de ensino. Sobre a origem dos alimentos, pelo menos 30% vem da agricultura familiar.

A coordenadora do Pnae, Albaneide Peixinho, destaca os avanços do programa nos últimos dez anos – como a ampliação de atendimento para creche e ensino médio e lembra que, quando criado, o Pnae atendia a apenas alunos do ensino fundamental e da pré-escola.

Além disso, Albaneide ressalta a importância da agricultura familiar para o envolvimento da comunidade com a escola. "Grande parte desses agricultores é analfabeto e passa a frequentar o ambiente escolar, a entender a escola como um espaço público. Com eles, os estudantes aprendem sobre os alimentos. Os que moram nas cidades entendem que um frango não vem do supermercado, um ovo não vem da indústria, que existem pessoas por trás disso".

O orçamento do Pnae para 2013 é de R$ 3,5 bilhões, para beneficiar estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Parte desse valor, R$ 1,05 bilhão deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar.

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