Exército deve combater crimes cibernéticos nas próximas eleições
Segundo o ministro e presidente do TSE, o Exército é uma das instituições mais bem equipadas para atuar no combate a crimes eleitorais cibernéticos
Agência Brasil
Publicado em 10 de outubro de 2017 às 14h22.
A Justiça Eleitoral e o Exército pretendem firmar um convênio para atuar em conjunto no combate aos crimes cibernéticos nas próximas eleições . O tema foi debatido hoje (10) em uma primeira reunião entre o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes.
"Como a nova legislação vai jogar, nas próximas eleições, muito peso nas redes sociais, é fundamental contar com um comitê que se preocupe também com os crimes eleitorais cibernéticos", disse Jungmann antes da reunião, convocada por Gilmar Mendes e realizada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o ministro, o Exército é uma das instituições mais bem equipadas para atuar no combate a crimes eleitorais cibernéticos e por isso foi chamado pelo TSE.
"Vamos nos deparar com a nova legislação, temos esse novo modelo, o crowdfunding [financiamento coletivo], que temos que tomar todo o cuidado", disse Mendes. "Teremos que fazer o monitoramento quase que online [em tempo real] de todas as doações."
Combate a ações do crime organizado
Além do campo virtual, o Exército deve intensificar sua atuação nas ruas. Uma das preocupações é com o que Jungmann disse ser uma tentativa do crime organizado em implantar um "Estado paralelo", em especial no Rio de Janeiro.
"No Rio é onde você tem mais bem acabado o Estado paralelo, o Estado criminoso, dominado pelo crime, com o controle do território. Que coloca criminosos e captura o Estado para exatamente levar adiante suas atividades criminosas", afirmou o ministro da Defesa.
Como exemplo, Mendes disse haver diversos casos em que traficantes de drogas impedem a entrada de candidatos nas comunidades em que atuam, além de financiarem seus próprios candidatos com recursos ilícitos, obrigando a população dessas áreas a elegê-los. Uma vez eleitas, essas pessoas atuam inclusive na indicação para cargos na área de Segurança Pública, completou Jungmann.
Com o fim das doações de empresas para as campanhas, o presidente do TSE voltou a expressar preocupação também com a "caça a CPFs [Cadastros de Pessoa Física]", quando pessoas físicas são cooptadas a fazer doações em seu nome, mas usando dinheiro do crime organizado.
Segundo Mendes, a intenção é, a partir de agora, realizar reuniões semanais para discutir a segurança e o combate ao crime organizado nas eleições, incluindo a participação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e de outros ministros de Estado, como Sergio Etchegoyen (Segurança Institucional) e Torquato Jardim (Justiça).