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Executivo da Engevix fica em silêncio e é dispensado da CPI

Denunciado pelo MP por lavagem de dinheiro e corrupção, vice-presidente da Engevix está em prisão domiciliar


	Vice-presidente da Engevix, Gerson Almada (à direita), preferiu ficar em silêncio na CPI da Petrobras
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Vice-presidente da Engevix, Gerson Almada (à direita), preferiu ficar em silêncio na CPI da Petrobras (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2015 às 15h35.

Brasília - O vice-presidente da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, decidiu usar o direito constitucional de permanecer em silêncio na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

Almada seria ouvido hoje (21) na condição de investigado. Ao informar que ficaria em silêncio, ele foi dispensado da reunião.

Denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção, Almada está em prisão domiciliar e afirmou ter demonstrado o interesse em colaborar com as investigações por meio dos diversos depoimentos prestados ao juiz que investiga a Operação Lava Jato e a Polícia Federal.

“Embora compreenda e respeite as relevantes atribuições constitucionais da CPI, seguindo orientação dos meus advogados não me manifestarei. Reconheço os poderes investigatórios da CPI, que presta grande serviços ao esclarecimento dos fatos. Reitero minha real intenção de colaborar com as investigações”, disse Gerson Almada para, em seguida, entregar os depoimentos já prestados.

Após Almada informar a decisão de não falar, o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), pediu a dispensa do executivo e foi atendido pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB). A saída de Almada provocou polêmica entre os deputados. 

Vários parlamentares manifestaram desagrado com a dispensa e avaliaram que Almada deveria ter permanecido ouvindo as peguntas, mesmo que se recusasse a responder. Houve também manifestações de apoio ao presidente da CPI.

Hugo Motta respondeu às críticas e disse que é preciso dar celeridade à comissão e não dedicar horas a quem não pretende responder questionamentos dos parlamentares.

“Teoricamente teríamos mais um mês de funcionamento e já pedi prorrogação do prazo. Queremos dar agilidade e produtividade aos trabalhos. Convivo bem com as críticas, mas tenho de fazer a CPI funcionar, partir para a acareação, para investigação que contribuia com nosso trabalho. Se ficarmos mantendo a CPI como palco político, não chegaremos a lugar algum”, explicou.

“Não estou aqui protegendo ninguém, mas investigando com transparência, respeitando a democracia. Não posso ser vítima de acusações quando, na verdade, quero fazer a CPI produzir.”

A previsão era que o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, também fosse ouvido hoje na CPI da Petrobras, mas, a pedido do advogado de defesa, o depoimento foi adiado para 26 de maio. Na justificativa, o advogado informou que tinha compromisso agendado anteriormente e não poderia acompanhar o cliente.

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