EXAME/IDEIA: Bolsonaro mantém índice de aprovação de 39%
Índices de popularidade do presidente seguem estáveis desde setembro, em níveis semelhantes aos observados em janeiro, antes da pandemia
Carla Aranha
Publicado em 23 de outubro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 10h59.
Com índices constantes de popularidade principalmente entre as classes mais baixas, que recebem o auxílio emergencial, a aprovação do governo Jair Bolsonaro segue no patamar de 39%, mesmo nível observado desde setembro. A pandemia mexeu com a economia e os negócios no mundo todo. Descubra quais são os melhores investimentos para hoje.
É o que mostra o resultado de uma pesquisa exclusiva de EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research , braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.
No início de outubro, a popularidade do presidente também estava em 39%, depois de uma queda de cerca de dez pontos percentuais entre o mês de março, no início da pandemia, e maio. Desde então, o índice de aprovação ao governo começou a aumentar gradativamente e, partir de setembro, estacionou na casa dos 40%, com poucas variações. Hoje, o índice é semelhante ao observado em janeiro, antes da pandemia.
PESQUISA EXAME/IDEIAS PERGUNTOU: Você aprova ou desaprova a maneira como o presidente Jair Bolsonaro está lidando com o seu trabalho como presidente?
A polarização também se mantém alta: 39% dos brasileiros desaprovam o governo, mesmo índice dos que consideram satisfeitos com o trabalho do presidente. Outros 21% nem aprovam nem desaprovam e 1% não soube responder.
O índice de aprovação é maior na região Norte, com 57% da população favorável ao governo, no Centro-Oeste (48%) e Sul (47%). “O Norte lidera o ranking de popularidade do governo porque concentra uma boa parcela de brasileiros pobres que foram beneficiados pelo auxílio emergencial”, diz Mauricio Moura, fundador do IDEIA. “No Centro-Oeste, por outro lado, o agronegócio, o único setor da economia que deve crescer este ano, é pujante, o que justifica a popularidade do governo”.
Entre as classes sociais, as famílias que ganham entre três e cinco salários mínimos estão entre as que mais aprovam o presidente, com 43% das preferências, praticamente empatadas com aquelas com renda mensal entre um e três salários mínimos (40%).
PESQUISA EXAME/IDEIAS PERGUNTOU: Como avalia a governo do presidente Jair Bolsonaro?
O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 19 e 22 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
EXAME/IDEIA também perguntou como a população avalia o governo: hoje, 37% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom. O mesmo percentual, 35%, classificam a gestão do presidente de ruim ou péssima. Uma porcentagem bem semelhante, de 34% avaliam o governo como ruim ou péssimo. Para outros 37%, a atuação do governo é regular.
Entre aqueles que definem o governo como bom ou ótimo, 41% ganham de três a cinco salários, seguidos por aqueles que recebem de um a três salários por mês (40%).
A avalição do presidente também muda conforme a região do país. Enquanto 29% dos moradores do Sudeste avaliam o governo como péssimo, 42% dos que vivem no Sul consideram o governo ótimo ou bom.
As resoluções a serem tomdadas a respeito do programa Renda Cidadã, que deve incluir boa parte da população atendida atualmente pelo auxílio emergencial, poderão mudar esse panorama. “Do ponto de vista político, a continuidade do auxílio pode somar pontos à popularidade do presidente”, diz Moura. "Mas a economia, principalmente no que refere ao desemprego e à inflação dos alimentos, também terá um papel importante nesse cenário".