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Ex-PM ligado a morte de Marielle presta depoimento e nega envolvimento

Orlando Oliveira de Araujo afirmou que está sendo usado como bode expiatório e a testemunha que o acusou teria um motivo pessoal para incriminá-lo

Marielle Franco: Justiça autorizou a transferência dele para um dos quatro presídios federais de segurança máxima, para que ele não interfira na investigação do assassinato da vereadora (Pilar Olivares/Reuters)

Marielle Franco: Justiça autorizou a transferência dele para um dos quatro presídios federais de segurança máxima, para que ele não interfira na investigação do assassinato da vereadora (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de maio de 2018 às 20h19.

Apontado por uma testemunha do caso Marielle Franco como um dos mandantes do assassinato, o ex-PM Orlando Oliveira de Araujo prestou depoimento à polícia durante toda a tarde desta quarta-feira, 16, no presídio de segurança máxima de Bangu 1, onde está preso. Araújo afirmou aos policiais que está sendo usado como bode expiatório e negou envolvimento com o crime.

"Ele disse que caiu de bucha nessa história, que não tem nada a ver com o assassinato", afirmou o advogado Paulo Andrade, que o acompanhou no depoimento.

Segundo o ex-PM, a testemunha que o acusou de participação no crime é um PM que já trabalhou com ele em serviços de segurança e que, por conta do rompimento dessa parceria, teria um motivo pessoal para incriminá-lo.

Investigações do Ministério Público apontam Araujo como líder de milícia em Curicica, na zona oeste, onde nasceu, foi criado e é conhecido como Orlando de Curicica.

Sua defesa nega a informação e diz que ele é um líder comunitário da região. Araújo está preso sob a acusação de homicídio, mas não tem nenhuma condenação.

Ele estava preso em Bangu 9, mas, desde a semana passada foi transferido para o presídio de segurança máxima de Bangu 1, onde cumpre um regime restritivo. Desde então, ele não se alimentou porque teme ser envenenado e está muito debilitado, segundo o advogado.

A justiça autorizou a transferência dele para um dos quatro presídios federais de segurança máxima, para que ele não interfira na investigação do caso Marielle. Sua defesa já impetrou um habeas corpus tentando reverter essa decisão.

A defesa pediu ainda à corregedoria o afastamento do delegado Giniton Lages, da Divisão de Homicídios, da investigação. O delegado esteve em Bangu 1 para ouvir Araujo na quinta-feira passada, mas o ex-PM disse que não quis falar com o delegado porque se sentiu ameaçado.

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