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Ex-executivo da Engevix é suspeito de influenciar testemunha

Sobrinho foi preso na 19ª fase da operação. A nova etapa de investigações é, segundo o procurador, um “rescaldo de operações anteriores”


	Prédio da Engevix: nessa etapa, PF e Ministério Público Federal (MPF) investigam um contrato de R$ 140 milhões envolvendo a Engevix e a Aratec – a última empresa ligada ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que está preso em Curitiba
 (Divulgação)

Prédio da Engevix: nessa etapa, PF e Ministério Público Federal (MPF) investigam um contrato de R$ 140 milhões envolvendo a Engevix e a Aratec – a última empresa ligada ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que está preso em Curitiba (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 15h04.

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da Operação Lava Jato, informou hoje (21) que José Antunes Sobrinho, ex-executivo da empresa Engevix, tentou entrar em contato com testemunhas para “alterar a verdade dos fatos”. 

Sobrinho foi preso na 19ª fase da operação. A nova etapa de investigações é, segundo o procurador, um “rescaldo de operações anteriores”, que se revelaram insuficientes. 

Intitulada Nessun Dorma (que ninguém durma, em tradução livre do italiano), a 19ª fase foi deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal (PF), mobilizando 35 policiais para cumprir 11 mandados judicias, sendo sete de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois de condução coercitiva (quando a pessoa é levada à polícia para prestar depoimento). As ações da PF foram feitas em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.

Nessa etapa, PF e Ministério Público Federal (MPF) investigam um contrato de R$ 140 milhões envolvendo a Engevix e a Aratec – a última empresa ligada ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que está preso em Curitiba.

Ainda não há uma estimativa sobre quanto foi destinado ao pagamento de propinas.

“O valor desviado será objeto da perícia. Só depois poderemos dizer quanto foi desviado”, disse o procurador, ao informar ter identificado pagamentos de propina a partir de movimentações financeiras feitas em janeiro deste ano.

Em depoimento à Polícia Federal, Othon Pinheiro da Silva disse que os pagamentos recebidos pela Aratec, por meio da Eletronuclear, e citados pela acusação, ocorreram antes da assinatura do contrato com o consórcio de Angra 3.

Segundo ele, os valores referem-se a serviços de tradução prestados por sua filha. Ele afirmou também na PF que, após ingressar na estatal, passou o comando da empresa para a filha.

Neste momento, a PF está cumprindo um mandado de prisão temporária contra um lobista encarregado de fazer lavagem de parte do dinheiro desviado. O nome dele não foi informado sob a justificativa de que pode comprometer as ações.

“Ele talvez seja um dos maiores operadores da área internacional”, limitou-se a dizer o procurador. Segundo ele, as investigações chegaram a esse suspeito após seguir os valores desviados da Petrobras.

Eletronuclear e Petrobras

O procurador  Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os casos envolvendo a Eletronuclear e a Petrobras têm ligação. A operação investiga se um esquema de compra de apoio político e partidário teve início na Casa Civil, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Quando falo que investigamos esquema de compra de apoio político-partidário, digo que os casos [envolvendo a Eletronuclear e a construção da Usina Nuclear Angra 3] são conexos [às investigações sobre a corrupção na Petrobras] porque dentro deles está a mesma organização criminosa, com pessoas ligadas a partidos políticos”, disse o procurador, em entrevista à imprensa.

Segundo o procurador, não há “relação direta e comprovada” entre esta etapa de investigações e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, mas “não há a menor dúvida [do envolvimento da] Casa Civil durante o governo de Lula”.

Dirceu está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em função das investigações da 17ª fase da Operação Lava Jato.

“Nossas investigações abrangem a Eletronuclear e Angra 3. Não há relação direta com Petrobras, mas com compra de apoio político. Já obtivemos documentos bancários que comprovam [repasse de valores feitos aos envolvidos no caso].

Isso aconteceu até 2015. Portanto mostra que, mesmo com as prisões [já feitas], continuam o mesmo esquema, só que em outra estatal”, disse o procurador Carlos Lima.

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