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Estudantes ocupam prédio da USP para denunciar agressões

O grupo protesta contra a maneira como têm sido tratadas as denúncias de agressão, assédio e até estupro dentro dos apartamentos da moradia estudantil

USP: está sendo preparado um dossiê que reúne aproximadamente 50 casos de diversos tipos de abuso (George Campos / USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2016 às 14h48.

Estudantes ocupam, desde a última quarta-feira (6), a sede da Superintendência de Assistência Social de Universidade de São Paulo ( USP ).

O grupo protesta contra a maneira como têm sido tratadas as denúncias de agressão, assédio e até estupro dentro dos apartamentos da moradia estudantil.

A cerca e o portão do prédio da superintendência estão tomados de cartazes com as reivindicações do movimento. Na porta, alunos com o rosto coberto revezam-se para evitar a entrada no local.

“Há muito tempo estamos insatisfeitos com essas questões, que nunca são resolvidas pela assistência social”, ressalta uma aluna do curso de geografia, de 23 anos, que participa da ocupação, mas não quis se identificar.

Segundo a estudante, está sendo preparado um dossiê que reúne aproximadamente 50 casos de diversos tipos de abuso.

Ela e outra estudante da Escola de Comunicação e Artes, de 19 anos, disseram que preferem não revelar os nomes e rostos com medo de retaliações da universidade.

As estudantes lembraram que participantes de movimentos semelhantes foram processados judicial e administrativamente.

O grupo defende a criação de uma comissão independente, referendada pela universidade, para apurar as denúncias feitas pelas moradoras do conjunto residencial, além da expulsão dos envolvidos em casos comprovados, além de outras reivindicações, como a reabertura de vagas de creche.

Segundo a estudante da geografia, apesar de estar prevista a instalação de uma comissão para investigar as denúncias, raramente é feita apuração.

“Normalmente, os assistentes tentam resolver tirando a menina do apartamento e colocando em outra vaga. É por isso que, em vários apartamentos, tem um cara só. Todo mundo sabe que ele é problemático”, disse ela.

Em nota, a USP informa que todos os casos que chegam à Superintendência de Assistência Social são apurados por meio de sindicância interna em que é observado o direito de defesa.

“Se comprovado o delito, o responsável responde legalmente pelo ato de agressão, podendo, em alguns casos, chegar até a suspensão e perda da moradia”, diz o comunicado.

Além disso, a unidade de ensino e pesquisa à qual o estudante está vinculado também é notificada para tomar providências em relação ao caso.

CPI

Em dezembro de 2014, foi instalada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as denúncias de violência dentro da USP, especialmente na Faculdade de Medicina.

A decisão foi tomada após a Comissão de Direitos Humanos da receber uma série de relatos sobre estupros, agressões e trotes violentos.

O relatório final da comissão inclui relatos de 112 estupros, ao longo de 10 anos, nos campi ligados à área de saúde em Pinheiros, zona oeste paulistana.

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Estudantes ocupam, desde a última quarta-feira (6), a sede da Superintendência de Assistência Social de Universidade de São Paulo ( USP ).

O grupo protesta contra a maneira como têm sido tratadas as denúncias de agressão, assédio e até estupro dentro dos apartamentos da moradia estudantil.

A cerca e o portão do prédio da superintendência estão tomados de cartazes com as reivindicações do movimento. Na porta, alunos com o rosto coberto revezam-se para evitar a entrada no local.

“Há muito tempo estamos insatisfeitos com essas questões, que nunca são resolvidas pela assistência social”, ressalta uma aluna do curso de geografia, de 23 anos, que participa da ocupação, mas não quis se identificar.

Segundo a estudante, está sendo preparado um dossiê que reúne aproximadamente 50 casos de diversos tipos de abuso.

Ela e outra estudante da Escola de Comunicação e Artes, de 19 anos, disseram que preferem não revelar os nomes e rostos com medo de retaliações da universidade.

As estudantes lembraram que participantes de movimentos semelhantes foram processados judicial e administrativamente.

O grupo defende a criação de uma comissão independente, referendada pela universidade, para apurar as denúncias feitas pelas moradoras do conjunto residencial, além da expulsão dos envolvidos em casos comprovados, além de outras reivindicações, como a reabertura de vagas de creche.

Segundo a estudante da geografia, apesar de estar prevista a instalação de uma comissão para investigar as denúncias, raramente é feita apuração.

“Normalmente, os assistentes tentam resolver tirando a menina do apartamento e colocando em outra vaga. É por isso que, em vários apartamentos, tem um cara só. Todo mundo sabe que ele é problemático”, disse ela.

Em nota, a USP informa que todos os casos que chegam à Superintendência de Assistência Social são apurados por meio de sindicância interna em que é observado o direito de defesa.

“Se comprovado o delito, o responsável responde legalmente pelo ato de agressão, podendo, em alguns casos, chegar até a suspensão e perda da moradia”, diz o comunicado.

Além disso, a unidade de ensino e pesquisa à qual o estudante está vinculado também é notificada para tomar providências em relação ao caso.

CPI

Em dezembro de 2014, foi instalada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as denúncias de violência dentro da USP, especialmente na Faculdade de Medicina.

A decisão foi tomada após a Comissão de Direitos Humanos da receber uma série de relatos sobre estupros, agressões e trotes violentos.

O relatório final da comissão inclui relatos de 112 estupros, ao longo de 10 anos, nos campi ligados à área de saúde em Pinheiros, zona oeste paulistana.

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