Estudantes encerram ocupação na Câmara dos Vereadores de SP
Os manifestantes ocuparam a Câmara para protestar contra os cortes no passe livre e o Plano Municipal de Desestatização (PMD) da gestão de João Doria
Agência Brasil
Publicado em 11 de agosto de 2017 às 16h17.
Estudantes secundaristas, universitários e membros de movimentos estudantis deixaram no início da tarde de hoje (11) o prédio da Câmara dos Vereadores da capital paulista , que estava ocupado por eles desde quarta-feira (9).
De acordo com os manifestantes, a decisão de sair foi tomada porque parte da pauta de reivindicação do movimento foi alcançada.
"Conquistamos uma audiência pública, o compromisso de passar o PDL [Projeto de Decreto Legislativo] do Plebiscito pelo Colégio de Líderes desta casa, com fala do movimento social e o compromisso de não criminalizar a ocupação. Saímos hoje, no Dia do Estudante, quando lembramos a vida e a luta de Edson Luiz [estudante secundarista assassinado pela polícia na Ditadura Militar]", disseram os estudantes ao sair, em forma de jogral.
Os manifestantes ocuparam o plenário da Câmara, entre outras razões, para protestar contra o Projeto de Lei (PL) 367 de 2017, que faz parte do Plano Municipal de Desestatização (PMD) e prevê a concessão de equipamentos e serviços municipais à iniciativa privada.
Eles pediam a aprovação de um PDL para a realização de um plebiscito sobre o plano de privatizações.
Além do plebiscito, os manifestantes pediam que fossem realizadas audiências públicas nas 32 prefeituras regionais para discutir o PMD.
Eles reivindicavam ainda a revogação do decreto que reduziu as horas de gratuidade para os estudantes que utilizam o passe livre estudantil nos ônibus da cidade.
"Temos a certeza de que aqui não temos espaço para avançarmos em nenhuma negociação e de que a nossa luta continua nas ruas e no diálogo com toda sociedade paulistana, já que este governo não o faz", disseram os estudantes.
Ontem, a Justiça de São Paulo deu prazo de cinco dias para que os manifestantes deixasse o prédio da Câmara dos Vereadores. Após esse períoso, a Polícia Militar estaria autorizada a fazer a reintegração de posse.