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Estado de São Paulo tem alta de mortes pela covid-19

A média móvel diária de mortes no estado subiu de 22 para cerca de 32 entre os dias 17 e 23 e a última semana de abril

Paciente com covid-19 é tratado em hospital. (Kacper Pempel/Reuters)

Paciente com covid-19 é tratado em hospital. (Kacper Pempel/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de maio de 2022 às 14h08.

Última atualização em 4 de maio de 2022 às 14h44.

O estado de São Paulo voltou a registrar alta de casos e mortes pelo novo coronavírus. O crescimento começou na segunda quinzena de abril e aumentou após o Carnaval fora de época, no feriado prolongado de Tiradentes. A média móvel diária de mortes no estado subiu de aproximadamente 22 para 32 entre a semana dos dias 17 a 23 e a última de abril — os patamares ainda são considerados baixos, se comparados com o início do ano, quando houve o surto da variante ômicron e a média estava acima de 100.

Especialistas afirmam que é improvável um novo tsunami de covid-19 no Brasil, diante da alta taxa de imunização. Mas acreditam que a flexibilização de medidas protetivas, como o uso das máscaras, e a queda de imunidade gerada pela vacina (o que ocorre principalmente entre os idosos) merecem cuidados.

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O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, afirma que a elevação de óbitos por covid no estado de São Paulo não tem ocorrido na capital. Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, 4, ele afirmou que na capital paulista os números ainda estão estabilizados.

"Temos feito controle diário. Nosso número de atendimentos com pessoas com suspeita de covid-19 tem ficado com média diária de 150 pessoas. Em relação ao número de casos notificados, observamos nesses últimos três dias acréscimo de 5,6% em relação a semana anterior, por conta dos exames feitos nas farmácias. Houve aumento de número de casos, mas sem repercussão com quadros de agravamento nos atendimentos de nossas unidades de saúde e nos pedidos de internação", disse Zamarco.

"Esse aumento pode ser reflexo do Carnaval. Começamos a monitorar isso nesta semana, mas sem quadros de agravamento. As pessoas têm procurado às farmácias [para realizarem o teste]. Como as farmácias fazem a notificação, é por isso que observamos o aumento de casos", disse.

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Apesar de a elevação não refletir em internações e mortes na cidade, Zamarco alerta para a importância da vacinação. "É importante que as pessoas continuem se vacinando contra a covid-19. Mas também temos de atingir melhores metas com relação a imunização das crianças, que reduziu. Estamos com sarampo circulando no estado de São Paulo, sendo um caso confirmado na cidade", acrescentou.

A tendência crescente no estado se reflete também no número de novas infecções notificadas, que voltou a subir após cinco semanas consecutivas em queda. Mesmo com a subnotificação e os casos assintomáticos, o índice aumentou 4,3% entre a semana dos dias 17 a 23 e a semana entre 24 a 30 de abril. A média é 3.784 diagnósticos positivos por dia.

"Estamos atentos e monitorando. Temos parceria com o Instituto Butantan, em que toda semana encaminhamos amostras de pacientes testados positivos para fazer o sequenciamento genômico para verificar se há variante nova circulando na cidade de São Paulo. E permanecemos fazendo monitoramento diário das internações", ressaltou Zamarco.

Já a taxa de ocupação de leitos permanece, em média, entre 20 e 30 pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A taxa de ocupação tem ficado entre 12% e 17%. "Não houve reflexo nesse número, que continua mantendo situação estável", acrescentou o secretário.

Com relação ao número de óbitos, o secretário ressalta que há vários dias em que o município não registra óbitos. "Ainda não observamos na nossa cidade um aumento de óbitos. Nossa média móvel tem sido de 1,4 [morte por dia] continua caindo", afirmou ele.

Sobre a desobrigatoriedade do uso de máscara no transporte público e em serviços de saúde, o secretário afirma que a utilização está mantida e não há previsão para mudanças na regra. "Não temos essa previsão de flexibilizar o uso de máscara. Não vemos preocupação em flexibilizar nesses ambientes" afirmou.

Já de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o governo tem acompanhado os dados epidemiológicos que “não apresentam preocupação neste momento, devido à alta cobertura vacinal e ao baixo patamar de internações”. São Paulo tem hoje 85,76% da população total imunizada com as duas doses ou aplicação única, mas apenas 57,3% receberam a terceira dose.

"Temos visto o aumento de casos de doenças respiratórias em crianças por outros vírus, o vírus sincicial respiratório (VSR), que é o vírus que neste período do ano acomete muito as crianças então, o uso de máscaras também não permite a circulação desse vírus", acrescentou.

Com relação ao aumento de casos de dengue no Brasil, que em quatro meses já está no mesmo patamar de todo o ano passado, o secretário afirma que estão sendo realizadas ações de combate ao mosquito. "No último final de semana, colocamos 2 mil agentes nas ruas. Fomos com 77 carros com maquinário menor, que pulveriza áreas menores da cidade. E colocamos sete carros grandes, um em cada área da cidade, para manter o controle da doença", afirmou.

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