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Está mais do que comprovado que óleo é da Venezuela, diz Bolsonaro

Presidente destacou que as investigações ainda não foram finalizadas e que o governo só poderia agir quando o óleo chegasse às praias

Bolsonaro: presidente disse que não pode garantir que investigações vão levar a um culpado (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: presidente disse que não pode garantir que investigações vão levar a um culpado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 21h00.

Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 21h30.

O presidente Jair Bolsonaro disse em live no Facebook que "está mais do que comprovado que (o óleo) é da Venezuela". Ao lado do secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, Bolsonaro chamou a questão de "derramamento criminoso". "Vai fazer dois meses que o governo sabe disso e através dos seus órgãos está investigando e fazendo a limpeza da praia, com a ajuda do pessoal da região", disse.

Seif disse que a pesca não está proibida nas regiões atingidas. "Não há nenhuma notificação sobre contaminação. As únicas foram de pessoas sujas com óleo que fizeram a limpeza com tiner", disse o secretário.

"As investigações prosseguem, são complexas, espero que chegue a um ponto final", disse Bolsonaro. "Mas está mais do que comprovado que é da Venezuela. Talvez a esquerda me ataque por isso", afirmou.

O presidente disse ainda que o governo só poderia ter agido quando o óleo chegasse à praia.

Bolsonaro afirmou também que, apesar de ter uma "agenda muito grande", deve visitar as regiões atingidas pelo óleo e até "mergulhar em algum lugar". Bolsonaro elogiou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que visitou a região como presidente da República em exercício. "Davi Alcolumbre me representou muito bem num sobrevoo no Nordeste", disse.

Angra dos Reis

O presidente deve enviar ao Congresso um projeto para revogar um decreto de proteção ambiental à Baía de Angra para incentivar investimentos na área. Na live, ele afirmou que há países que ofereceram US$ 1 bilhão de aporte à região.

Segundo ele, é possível fazer da área "uma Cancún (cidade turística do México)". "Podemos fazer a mesma coisa na Baía de Angra. Já conversei com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ). Maia se mostrou extremamente simpático à ideia", disse.

"Pretendo nos próximos dias apresentar um projeto para revogar esse decreto", disse. Ainda na live, Bolsonaro fez comentários sobre sua viagem pela Ásia e Oriente Médio e disse que "tem uma ligação muito forte com Israel, mas nada contra o mundo Árabe", afirmou.

AI-5

Bolsonaro voltou a se isentar de responsabilidade pela fala do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre um novo "AI-5". "Quem fala pelo Eduardo é ele, não sou eu", disse o presidente no Facebook.

Mais cedo, Bolsonaro tinha dito que quem fala sobre "AI-5" está sonhando. "Quem está falando sobre AI-5 está sonhando", disse. "Não existe. AI-5 no passado, existia outra Constituição, não existe mais. Esquece. Vai acabar a entrevista aqui. Cobrem dele (Eduardo). Quem quer que seja que fale em AI-5 tá falando... tá sonhando. Tá sonhando! Tá sonhando! Não quero nem ver notícia nesse sentido aí", afirmou Bolsonaro, quando saía do Palácio da Alvorada na tarde desta quinta-feira, 31, rumo ao Palácio do Planalto.

Bolsonaro também fez críticas à Rede Globo sobre a reportagem que apresentou uma citação ao nome dele na investigação do assassinato da vereadora Marielle. Sobre esse caso, ele afirmou ainda esperar que o porteiro do condomínio em que ele mora e que citou seu nome na investigação fale a verdade ao ser ouvido pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio.

Caso Marielle

Bolsonaro fez duras críticas ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), durante live. O presidente voltou a acusá-lo de vazar informações sobre caso Marielle, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março do ano passado, e afirmou não ter dúvidas da participação de Witzel na "confecção" do inquérito do caso. O presidente também disse que Witzel quer "o poder pelo poder" e "se acha gostosão".

"O governador sabia que ia vazar e estava comemorando. Quando meu avião decolou no sábado pra China, com quatro parlamentares e os ministros, juntei e contei o que ia acontecer", disse ele. Segundo Bolsonaro, Witzel já sabia da matéria que seria vinculada pelo Jornal Nacional que fala sobre a citação ao seu nome na investigação.

Bolsonaro contou que foi avisado por Witzel que seu nome aparecia na investigação durante um aniversário no Clube Militar de Brasília, no dia 9 de outubro. "Ele me chamou num canto e falou: o processo está com seu nome lá no Supremo", disse o presidente.

O presidente da República disse ainda que Witzel persegue sua família. "Porque ele botou na cabeça que quer ser presidente da República, o que ele botou na cabeça? Que tem de me destruir. Aquela narrativa de sempre de miliciano, miliciano. Ele potencializa processos contra minha família. Não deu certo, Witzel. Você perdeu, foi vaiado com gritos de traidor" disse.

"É poder pelo poder, se acha o gostosão, saltou lá de helicóptero para parabenizar o sniper", afirmou, referindo-se a um sequestro ocorrido em agosto na Ponte Rio-Niterói. Na ocasião, Witzel parabenizou o trabalho da Polícia Militar e celebrou o desfecho da situação em que um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais matou o sequestrador.

Nesta quarta-feira, 30, o governador Wilson Witzel negou ter vazado qualquer informação das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Witzel afirmou que nem mesmo teve acesso a documentos do caso.

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