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Bolsonaro critica aditivo em auditoria do BNDES que custou R$ 48 milhões

Contrato foi reajustado na gestão atual; presidente disse que Gustavo Montezano é “bem intencionado”, mas que não irá “passar a mão na cabeça de ninguém”

Jair Bolsonaro: "A ordem é não passar a mão na cabeça de ninguém" (Alan Santos/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: "A ordem é não passar a mão na cabeça de ninguém" (Alan Santos/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 11h41.

Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 13h15.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (28), que um aditivo feito em seu governo em uma auditoria no BNDES foi "errado". Bolsonaro disse que o último aditivo seria de R$ 2 milhões, ressaltando que não tinha certeza do valor. Na realidade, foram cerca de US$ 3,1 milhões.

"Informações que eu tenho até o momento. Essa auditoria começou no governo Temer, e tiveram dois aditivos. O último aditivo, parece, não tenho certeza, seria na ordem de R$ 2 milhões. Chegou a 48 (milhões de reais) no final. Está errado, está errado", disse Bolsonaro, ao chegar ao Palácio da Alvorada.

A auditoria, feita pelo escritório americano consultoria Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, tinha como objetivo investigar operações do banco com o grupo J&F, controlador da JBS. Ao fim de quase dois anos de investigação, no entanto, não foram encontradas evidências de irregularidade.

Segundo ata do Conselho de Administração do BNDES, quando o contrato foi acertado, em 2018, no governo de Michel Temer, o valor era de US$ 6 milhões. Em novembro de 2018, o valor do contrato foi reajustado, totalizando US$ 7,3 milhões.

Em julho de 2019, já na gestão do atual presidente do BNDES, Gustavo Montezano, um novo aumento foi aprovado pelo conselho, com um aditivo de US$ 3.182.371. No fim, a investigação, sozinha, custou R$ 48 milhões, equivalente a cerca de US$ 11 milhões.

Segundo, há o indicativo de que alguém quis "raspar o tacho". Ele classificou Gustavo Montezano como "bem intencionado", mas disse que não irá "passar a mão na cabeça de ninguém":

"Parece, parece  que alguém quis raspar o tacho. Parece", disse, acrescentando depois: "O presidente do BNDES é um jovem, bem-intencionado. Ele que passou as informações. A ordem é não passar a mão na cabeça de ninguém. Expõe logo o negócio e resolve."

O TCU deu 20 dias para o BNDES prestar esclarecimentos sobre a auditoria. Nesta segunda-feira, a cúpula do banco passou o dia em Brasília para dar explicações.

 

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