Esquenta clima de polarização entre PT e PSDB em SP
No mais recente embate entre as duas siglas, o mote é a liberação de verbas pelo Ministério da Educação, na gestão do candidato petista
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 22h03.
São Paulo - Neste início oficial de corrida à Prefeitura de São Paulo, a forte polarização entre o PT de Fernando Haddad e o PSDB de José Serra fica cada dia mais evidente. No mais recente embate entre as duas siglas, o mote é a liberação de verbas pelo Ministério da Educação, na gestão do candidato petista. Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), acusa a gestão do ex-ministro de ter 'partidarizado' as verbas do MEC, através de um favorecimento maior a parlamentares do PT e da base aliada, em detrimento da oposição.
Em resposta, um dos coordenadores da campanha de Haddad, Chico Macena, diz que a crítica do dirigente tucano ocorre em razão da "tentativa de manipular dados (dessas liberações)". "Vemos também que a tendência é de polarização. Mas do nosso lado, a oposição é feita às claras, nas ruas, com argumentos sólidos. Essa tentativa de manipular dados, montar manifestações artificiais, não vai prosperar. José Serra deveria se ocupar mais em como vai defender sua bandeira, que é a continuidade de uma gestão que 80% não quer mais", criticou.
A área técnica do PSDB produziu um estudo com dados extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), obtido com exclusividade pela Agência Estado, segundo o qual 52,8% das verbas de emendas parlamentares foram pagas a petistas entre 2005 e 2012, época que o Ministério era comandado por Haddad. A assessoria de imprensa de Fernando Haddad questiona os dados, afirmando que entre 2005 e 2006 o Siafi "não segregava dados de forma a permitir acompanhamento de emenda individual".
Com base nesse estudo, Guerra chamou a gestão de Haddad de "irresponsável, antidemocrática e antipatriótica". "É muito grave que o ministro da Educação use o dinheiro público dessa forma. Ele colocou a educação no canal poluído dos interesses do PT. Como um cara vai partidarizar o recurso da educação brasileira?", bradou. Macena, por sua vez, acusou o PSDB de esconder o candidato José Serra e "gerar notícias negativas". "(O PSDB) esconde seu próprio candidato e nomeia outros porta vozes para tentar gerar noticias negativas."
A assessoria de imprensa do MEC afirmou, mediante nota, que "as emendas parlamentares individuais pagas nunca superaram 1% do orçamento do Ministério da Educação, portanto, não há a mínima possibilidade de partidarização de um orçamento". Eles também argumentaram que a liberação das emendas não está a encargo do ministro. "A liberação de emendas sempre foi coordenada pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República", disseram.
Estudo
De acordo com o estudo produzido pela área técnica do PSDB na Câmara, durante os seis anos e meio da gestão de Haddad no MEC(2005-2012), dos R$ 29.208.781 pagos aos deputados e senadores em emendas parlamentares, R$ 15.442.128, ou 52,8% do total de emendas, ficou com os petistas. Somando o PT e a base aliada dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram pagos R$ 23.751.088, ou 81,31% de toda a verba, para os partidos da base aliada.
Nesse meio tempo, parlamentares da oposição (PSDB, DEM, PPS e PSOL) receberam R$ 5.480.980, 18,76% do total. Excluindo o PT, os partidos da base obtiveram R$ 8.285.673, 28.44% do total. A assessoria de imprensa do MEC alega que esses valores correspondem ao tamanho da bancada dos quatro partidos na Câmara. "O pagamento de emendas individuais para os partidos PSDB, DEM, PPS e PSOL foi de 20%, média anual, exatamente a representatividade total desses partidos no Congresso Nacional." O Ministério emendou que, entre 2007 e 2011, a oposição fez 25% das solicitações de emendas e recebeu 20% do total. Já o PT, solicitou 26% das emendas e recebeu 29%.
São Paulo - Neste início oficial de corrida à Prefeitura de São Paulo, a forte polarização entre o PT de Fernando Haddad e o PSDB de José Serra fica cada dia mais evidente. No mais recente embate entre as duas siglas, o mote é a liberação de verbas pelo Ministério da Educação, na gestão do candidato petista. Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), acusa a gestão do ex-ministro de ter 'partidarizado' as verbas do MEC, através de um favorecimento maior a parlamentares do PT e da base aliada, em detrimento da oposição.
Em resposta, um dos coordenadores da campanha de Haddad, Chico Macena, diz que a crítica do dirigente tucano ocorre em razão da "tentativa de manipular dados (dessas liberações)". "Vemos também que a tendência é de polarização. Mas do nosso lado, a oposição é feita às claras, nas ruas, com argumentos sólidos. Essa tentativa de manipular dados, montar manifestações artificiais, não vai prosperar. José Serra deveria se ocupar mais em como vai defender sua bandeira, que é a continuidade de uma gestão que 80% não quer mais", criticou.
A área técnica do PSDB produziu um estudo com dados extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), obtido com exclusividade pela Agência Estado, segundo o qual 52,8% das verbas de emendas parlamentares foram pagas a petistas entre 2005 e 2012, época que o Ministério era comandado por Haddad. A assessoria de imprensa de Fernando Haddad questiona os dados, afirmando que entre 2005 e 2006 o Siafi "não segregava dados de forma a permitir acompanhamento de emenda individual".
Com base nesse estudo, Guerra chamou a gestão de Haddad de "irresponsável, antidemocrática e antipatriótica". "É muito grave que o ministro da Educação use o dinheiro público dessa forma. Ele colocou a educação no canal poluído dos interesses do PT. Como um cara vai partidarizar o recurso da educação brasileira?", bradou. Macena, por sua vez, acusou o PSDB de esconder o candidato José Serra e "gerar notícias negativas". "(O PSDB) esconde seu próprio candidato e nomeia outros porta vozes para tentar gerar noticias negativas."
A assessoria de imprensa do MEC afirmou, mediante nota, que "as emendas parlamentares individuais pagas nunca superaram 1% do orçamento do Ministério da Educação, portanto, não há a mínima possibilidade de partidarização de um orçamento". Eles também argumentaram que a liberação das emendas não está a encargo do ministro. "A liberação de emendas sempre foi coordenada pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República", disseram.
Estudo
De acordo com o estudo produzido pela área técnica do PSDB na Câmara, durante os seis anos e meio da gestão de Haddad no MEC(2005-2012), dos R$ 29.208.781 pagos aos deputados e senadores em emendas parlamentares, R$ 15.442.128, ou 52,8% do total de emendas, ficou com os petistas. Somando o PT e a base aliada dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram pagos R$ 23.751.088, ou 81,31% de toda a verba, para os partidos da base aliada.
Nesse meio tempo, parlamentares da oposição (PSDB, DEM, PPS e PSOL) receberam R$ 5.480.980, 18,76% do total. Excluindo o PT, os partidos da base obtiveram R$ 8.285.673, 28.44% do total. A assessoria de imprensa do MEC alega que esses valores correspondem ao tamanho da bancada dos quatro partidos na Câmara. "O pagamento de emendas individuais para os partidos PSDB, DEM, PPS e PSOL foi de 20%, média anual, exatamente a representatividade total desses partidos no Congresso Nacional." O Ministério emendou que, entre 2007 e 2011, a oposição fez 25% das solicitações de emendas e recebeu 20% do total. Já o PT, solicitou 26% das emendas e recebeu 29%.