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Esquema de Cachoeira movimentou R$ 84 bi, diz CPI

Acordo fechado nesta terça entre governo e oposição estabeleceu a prorrogação dos trabalhos da CPI

O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira: prevista para terminar dia 4 de novembro, a CPI deverá funcionar até 22 de dezembro (José Cruz/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 20h05.

Brasília - Balanço preliminar feito pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira , deputado Odair Cunha (PT-MG), aponta movimentação financeira de R$ 84 bilhões, nos últimos dez anos, entre créditos e débitos de envolvidos na organização criminosa comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos. Esse volume de recursos foi detectado nas quebras de sigilo fiscal e bancário de 75 pessoas físicas e jurídicas. Acordo fechado nesta terça entre governo e oposição estabeleceu a prorrogação dos trabalhos da CPI.

Prevista para terminar dia 4 de novembro, a CPI deverá funcionar até 22 de dezembro, quando começa o recesso do Congresso. A CPI está paralisada há mais de um mês e só voltará a funcionar depois do segundo turno das eleições municipais, no dia 28 de outubro. A ideia é fazer uma reunião administrativa no dia 31 de outubro para definir os próximos passos da Comissão. A tendência é que a CPI use o tempo extra apenas para votar o relatório final, sem fazer novas investigações ou quebras de sigilo.

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"Decidimos por unanimidade prorrogar os trabalhos da CPI porque não queríamos contaminar as discussões do relatório final com as eleições", alegou o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). "Não há acordo sobre o prazo adequado para prorrogar a CPI. Só não queria correr o risco de a CPI não conseguir votar o relatório", observou Odair Cunha. "O importante é que a CPI foi prorrogada", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

A estratégia dos governistas e de parte da oposição é prorrogar a CPI, mas sem a aprovação de novas quebras de sigilo bancário e fiscal de empresas que receberam ou enviaram recursos para Delta Construções. Ao todo, 29 empresas teriam feito movimentações vultosas com a empreiteira. Mas dessas, 17 não tiveram seus sigilos abertos pela CPI. Essas quebras poderiam apontar uma nova ramificação do esquema de Cachoeira para São Paulo e o Rio de Janeiro. As investigações até agora se limitaram a Goiás.

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