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Espionagem mostraria interesse econômico dos EUA, diz Dilma

Presidente disse em nota que denúncias de espionagem na Petrobras mostrariam que o interesse não seria o de garantir a segurança americana


	Posto de Petrobras: denúncias do Fantástico disseram que os EUA espionaram a estatal brasileira
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Posto de Petrobras: denúncias do Fantástico disseram que os EUA espionaram a estatal brasileira (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2013 às 18h10.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota divulgada nesta segunda-feira que, se confirmadas, as denúncias de espionagem na Petrobras mostrariam que os interesses da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) são econômicos e estratégicos, e não o de garantir a segurança norte-americana.

"Se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos", informou a nota assinada pela presidente.

As denúncias de espionagem dos EUA na Petrobras foram divulgadas no domingo pelo programa "Fantástico", da TV Globo, que, na semana passada, já havia veiculado denúncias de que a agência do governo norte-americano havia espionado comunicações privadas de Dilma.

Uma das explicações dadas por autoridades norte-americanas a seus colegas brasileiros, inicialmente, foi de que a vigilância visava garantir a segurança tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.

"Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro", disse a presidente na nota.

"Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas." Dilma tratou do assunto com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na semana passada durante reunião do G20, na Rússia. Na ocasião, Dilma disse aos jornalistas que Obama garantiu a ela que se responsabilizaria pessoalmente pelas investigações sobre o episódio.

As denúncias de que os EUA espionaram comunicações pessoais da presidente e agora a Petrobras acontecem antes de uma viagem de Estado de Dilma para Washington, marcada para outubro.

Na semana passada, antes do encontro entre Dilma e Obama no G20, uma fonte do governo brasileiro disse à Reuters que a presidente queria um pedido de desculpas públicas dos Estados Unidos e que, sem isso, poderia cancelar a visita de Estado a Washington.

As denúncias de espionagem dos Estados Unidos ao Brasil foram revelados pelo jornalista norte-americano Glenn Grenwald, do jornal britânico The Guardian.

Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, fez as denúncias baseado em documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden, acusado de espionagem pela Justiça norte-americana e que está em asilo temporário na Rússia.

Atualizado às 18h10min

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