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Especialista diz que pacote para aeroportos é "bem-vindo"

Segundo o professor, existem atualmente no país 130 aeroportos com aviação regular e as empresas aéreas estão dando prejuízo operacional há seis anos

A presidente Dilma Rousseff: melhorar 270 aeroportos de pequeno porte não é suficiente, explica o professor (Wilson Dias/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 16h52.

Rio de Janeiro – Embora todas as melhorias sejam bem-vindas, as ações Programa de Investimentos em Logística para aeroportos são contingenciais, sem planejamento de longo prazo, disse Elton Fernandes, professor de Engenharia da Produção da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Além da concessão dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte, o pacote inclui medidas de estímulo à aviação regional, com investimento de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos na primeira etapa.

Segundo o professor, existem atualmente no país 130 aeroportos com aviação regular e as empresas aéreas estão dando prejuízo operacional há seis anos. “A Gol está em uma situação muito difícil”, disse Fernandes, em entrevista à Agência Brasil. Não se trata somente de uma questão de aeroportos, mas de todos os aeroportos pequenos serem deficitários. “Pelo menos os administrados pela Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária]”, ressaltou.

Para Fernandes, é preciso analisar a sustentabilidade das ações anunciadas. “Porque podem ser feitas melhorias, e tudo, mas tem sustentabilidade? Vai haver operação regular nesses aeroportos? Vão ser oferecidos os serviços?", questionou. Ele estima que o governo vá receber "um dinheirão" pela outorga das concessões dos aeroportos, mas destaca que, na aplicação dos recursos, o "histórico" não é muito bom. "É preocupante, porque anúncio de investimentos e disponibilidade de recursos, nós já tivemos no passado. E não houve a efetiva aplicação.”


Fernandes chamou a atenção para o fato de que a aviação é uma atividade sistêmica. “O avião levanta em um aeroporto e tem que pousar em outro.” E os aeroportos de maior porte, localizados nos grandes centros urbanos, estão atrás de grandes jatos, e não de aviões pequenos, disse ele. “Já estão congestionados e precisam fazer dinheiro para pagar as outorgas." Por isso, é preciso haver um plano sistêmico, explicou.

Na opinião do professor, um ponto positivo do pacote é a criação da empresa Infraero Serviços, que vai qualificar o quadro da empresa e prestar serviços a outros aeroportos, inclusive àqueles não operados por ela.

Fernandes enfatizou que, no cômputo geral, todas as medidas anunciadas são contingenciais. “Estão correndo atrás das dificuldades, mas não são medidas de planejamento de longo prazo. As questões de longo prazo, que consistem em resolver estruturalmente o sistema, eu ainda não percebi nenhuma ação efetiva nisso."

Melhorar 270 aeroportos de pequeno porte não é suficiente, explica o professor. É necessário ver para onde vão voar esses aviões, se há viabilidade econômica de voo nesses aeroportos. “Se eu for agregar à malha [de 130 aeroportos deficitários], para onde vão voar esses aviões? As empresas vão querer operar nesses pequenos aeroportos? Vale a pena pulverizar investimentos neste momento?" Fernandes disse que tais questões podem estar sendo discutidas pelo governo, mas quem está de fora, "não vê uma efetiva resposta”.

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Rio de Janeiro – Embora todas as melhorias sejam bem-vindas, as ações Programa de Investimentos em Logística para aeroportos são contingenciais, sem planejamento de longo prazo, disse Elton Fernandes, professor de Engenharia da Produção da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Além da concessão dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte, o pacote inclui medidas de estímulo à aviação regional, com investimento de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos na primeira etapa.

Segundo o professor, existem atualmente no país 130 aeroportos com aviação regular e as empresas aéreas estão dando prejuízo operacional há seis anos. “A Gol está em uma situação muito difícil”, disse Fernandes, em entrevista à Agência Brasil. Não se trata somente de uma questão de aeroportos, mas de todos os aeroportos pequenos serem deficitários. “Pelo menos os administrados pela Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária]”, ressaltou.

Para Fernandes, é preciso analisar a sustentabilidade das ações anunciadas. “Porque podem ser feitas melhorias, e tudo, mas tem sustentabilidade? Vai haver operação regular nesses aeroportos? Vão ser oferecidos os serviços?", questionou. Ele estima que o governo vá receber "um dinheirão" pela outorga das concessões dos aeroportos, mas destaca que, na aplicação dos recursos, o "histórico" não é muito bom. "É preocupante, porque anúncio de investimentos e disponibilidade de recursos, nós já tivemos no passado. E não houve a efetiva aplicação.”


Fernandes chamou a atenção para o fato de que a aviação é uma atividade sistêmica. “O avião levanta em um aeroporto e tem que pousar em outro.” E os aeroportos de maior porte, localizados nos grandes centros urbanos, estão atrás de grandes jatos, e não de aviões pequenos, disse ele. “Já estão congestionados e precisam fazer dinheiro para pagar as outorgas." Por isso, é preciso haver um plano sistêmico, explicou.

Na opinião do professor, um ponto positivo do pacote é a criação da empresa Infraero Serviços, que vai qualificar o quadro da empresa e prestar serviços a outros aeroportos, inclusive àqueles não operados por ela.

Fernandes enfatizou que, no cômputo geral, todas as medidas anunciadas são contingenciais. “Estão correndo atrás das dificuldades, mas não são medidas de planejamento de longo prazo. As questões de longo prazo, que consistem em resolver estruturalmente o sistema, eu ainda não percebi nenhuma ação efetiva nisso."

Melhorar 270 aeroportos de pequeno porte não é suficiente, explica o professor. É necessário ver para onde vão voar esses aviões, se há viabilidade econômica de voo nesses aeroportos. “Se eu for agregar à malha [de 130 aeroportos deficitários], para onde vão voar esses aviões? As empresas vão querer operar nesses pequenos aeroportos? Vale a pena pulverizar investimentos neste momento?" Fernandes disse que tais questões podem estar sendo discutidas pelo governo, mas quem está de fora, "não vê uma efetiva resposta”.

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