Escolas de SP voltam a recomendar uso de máscaras em ambientes fechados
Nas escolas municipais e estaduais, não há novas orientações, ou seja, permanecem os protocolos sanitários estabelecidos anteriormente
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de novembro de 2022 às 19h02.
Última atualização em 17 de novembro de 2022 às 19h04.
A nova alta de infecções pela covid-19 em São Paulo nas últimas semanas tem feito colégios particulares recomendarem o uso de máscaras em ambientes fechados. Nas escolas municipais e estaduais, não há novas orientações, ou seja, permanecem os protocolos sanitários estabelecidos anteriormente.
Na zona sul paulistana, o Colégio Santa Cruz encaminhou na quarta-feira, 16, um comunicado para pais e educadores, no qual recomenda o uso de máscara em ambientes fechados da escola (salas de aula, laboratórios, anfiteatro, escritórios e salas de reunião).
Conforme a escola - que voltou a computar os casos confirmados de covid-19 -, entre 4 e 10 de novembro, 20 alunos e 22 educadores tiveram diagnóstico positivo para a doença.
O circular enviada às famílias orienta que alunos com sintomas de doenças respiratórias busquem auxílio médico. Em caso de teste positivo, a recomendação é não frequentar as aulas por sete dias contados a partir da data do exame ou do primeiro sintoma. Mas, após o 5º dia, caso o aluno não apresente mais sintomas e receba resultado negativo em novo teste PCR, poderá ir à escola, com uso obrigatório de máscaras nos dois dias seguintes.
Já o Colégio Augusto Laranja, na zona sul, também enviou informe às famílias dos alunos e aos funcionários nesta quinta-feira, 17 para recomendar novamente a máscara em ambientes fechados.
Desde o dia 7 de novembro, já são 16 casos confirmados entre alunos e educadores na rede de ensino particular.
"O Colégio Augusto Laranja que, desde o início da pandemia, orientou-se por órgãos e consultorias especializadas para tomar decisões de forma segura e em linha com a ciência, volta a recomendar o uso de máscara em ambientes fechados, por conta do aumento de casos de covid-19 nas últimas semanas", diz o comunicado.
Também na zona sul da cidade, o Centro Educacional Pioneiro também já sugeriu o uso de máscaras por parte dos colaboradores e alunos da rede de ensino.
O Colégio Equipe, que fica na região central, também afirma que voltou a recomendar fortemente o uso de máscara facial. "Funcionários e professores já estão usando. Voltamos a recomendar também para os alunos", disse Luciana Fevorini, diretora da escola.
Em virtude do aumento de casos de covid-19, a Escola Tarsila do Amaral, na zona norte, entende ser necessária a retomada do uso de máscaras. A recomendação foi feita nesta quinta-feira aos pais dos alunos e também educadores.
"Sabemos que não é agradável, mas temos que nos proteger, proteger as crianças e a nossa família. Faltam pouquíssimos dias letivos e a ideia é que passemos por essa 'nova onda' da covid-19 sem intercorrências", informou a rede de ensino.
Já o Colégio Etapa afirma que está atento às orientações das autoridades de saúde locais sobre procedimentos recomendados para o controle de contágio do novo coronavírus. "Qualquer atualização sobre o uso de máscara será devidamente adotada pela instituição", disse.
Outras escolas afirmaram para a reportagem que estão analisando internamente o número de casos para verificarem se voltam a recomendar o uso de máscaras.
"Vamos conversar com o nosso infectologista, mas provavelmente voltaremos a recomendar o uso de máscaras", disse Ana Cristina Dunker, diretora da Escola Carandá Educação, localizada na zona sul.
Em nota, o Hospital Sírio Libanês, que assessora ao menos dez colégios na capital paulista desde o início do enfrentamento da covid-19, afirma que sugeriu o uso de mascaras em ambientes fechados. "Pedimos atenção ao afastamento de sintomáticos", disse em nota. A entidade acrescenta ainda que segue as orientações governamentais.
Aumento de casos em SP
Entre 30 de outubro a 5 de novembro, foram notificados 9.805 casos na cidade de São Paulo. Já entre 6 e 12 de novembro, foram registrados 11.913 casos da doença, aumento de quase 20% em relação a semana anterior.
Nesta quinta-feira, a taxa de ocupação de UTI Covid-19 do município está em 67% e a de enfermaria voltada para a doença está em 62%.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) esclarece que segue monitorando diariamente o cenário epidemiológico de covid-19 na capital paulista por meio de notificações de casos, internações e óbitos.
Escolas públicas
A Secretaria Municipal da Saúde afirma ainda que mantém e segue critérios e protocolos médicos-científicos firmados pelo Comitê Científico do Estado de São Paulo e pelo Ministério da Saúde desde o início da pandemia.
"A utilização de máscaras de proteção permanece obrigatória nos locais destinados à prestação de serviços de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais. O uso segue recomendado em locais fechados, com aglomeração e em transportes públicos, para todas as pessoas", disse em nota.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) segue os protocolos sanitários definidos pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal da Saúde.
"As áreas da Saúde e Educação fazem um trabalho conjunto visando o controle da transmissão de vírus na comunidade escolar. A SMS monitora as unidades escolares e dá suporte técnico para investigação de casos junto às UBS e Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS)", acrescenta a pasta.
Por sua vez, em razão do aumento de casos de covid-19, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) afirma que recomenda a utilização de máscaras em situações de maior risco de transmissão do vírus, como ambientes fechados, transporte público e locais com grande concentração de pessoas.
"Todas as escolas da rede seguem os protocolos sanitários, como higienização constante das mãos, higienização e ventilação dos ambientes, identificação e afastamento dos casos e monitoramento de seus contactantes. Se houver caso de estudante ou professor suspeito (dois ou mais sintomas) ou confirmado para covid-19, este deve permanecer em isolamento por 5 dias, conforme orientação médica", disse em nota.
Orienta-se também às unidades escolares que, na ocorrência de casos, estes sejam notificados à Vigilância Sanitária do município.
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