Escola pública melhor que particular? Só para os excelentes
No último Enem, escolas particulares deram um banho nas públicas. Mas existem colégios gratuitos que são melhores que a maioria das privadas. O problema é entrar
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 08h53.
São Paulo - Diante da constatação de que duas escolas públicas estão entre as 10 melhores do país no Enem 2012, muitos podem ter se animado com o fato de existirem instituições mantidas pelo governo com um ensino de ponta digno das melhores privadas. Mas longe de serem sinônimo de opção acessível para quem não pode pagar uma particular, esses colégios funcionam com ferrenhos processos de seleção, não muito diferente de vestibulares .
A concorrência, por vezes, é ainda maior do que boa parte dos cursos das melhores instituições federais de ensino superior.
Centro de ensino público com melhor desempenho no último Enem pelo sétimo ano consecutivo, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (Coluni), em Minas Gerais , é um exemplo.
Em seu processo de seleção, que ocorre justamente hoje e amanhã em Viçosa e mais três cidades, os alunos passam quatro horas fazendo provas. Mas não é só o método de avaliação que lembra um vestibular: cada uma das vagas - são 150, no total - é disputada por 12 estudantes.
Se algum desses alunos quiser cursar Economia na Universidade de São Paulo ( USP ), vai encontrar uma concorrência bem parecida - 12,8 por vaga, no último vestibular.
Se este mesmo estudante preferir continuar em seu estado e seguir para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se dará bem na maioria dos cursos: a média geral da concorrência é de 9,04 candidatos por vaga. Em profissões mais disputadas, como medicina, chega quase a 50.
De qualquer forma, números próximos a 12 na relação de candidatos/vaga são vistos nos cursos de Administração, Comunicação Social e Engenharia Ambiental da UFMG.
Das 12 escolas mantidas pelo governo que estão entre as 100 de maior pontuação no último Enem, todas integram um dos grupos a seguir: são ligadas a uma universidade, são colégios militares ou são centros de ensino técnico. Ou seja, uma realidade distante da maioria das escolas públicas do país, cujo desempenho no Enem, em todas as competências avaliadas, é bem inferior à média das privadas ou das federais, que respondem pela maioria dos colégios públicos bem avaliados.
Para poucos
O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife , acumula, junto ao título de 2ª melhor escola pública do Brasil no Enem, o de tricampeã do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Todo esse reconhecimento torna a concorrência por uma vaga lá difícil. A instituição só abre vagas, 55 no caso, para o 6º ano do ensino fundamental. No ensino médio, só se entra se houver desistências.
O número de inscritos no processo de seleção (que inclui provas de português e matemática) varia entre mil e dois mil a cada ano, o que deixa a disputa com uma relação candidato/vaga entre 18 e 36 estudantes, mais acirrada que de cinco concorridos cursos da Fuvest, entre eles Audiovisual, Arquitetura e Engenharia Aeronáutica.
Na prática, portanto, para chegarem às melhores universidades, estes alunos acabam passando por duas pesadas seleções até os 18 anos.
São Paulo - Diante da constatação de que duas escolas públicas estão entre as 10 melhores do país no Enem 2012, muitos podem ter se animado com o fato de existirem instituições mantidas pelo governo com um ensino de ponta digno das melhores privadas. Mas longe de serem sinônimo de opção acessível para quem não pode pagar uma particular, esses colégios funcionam com ferrenhos processos de seleção, não muito diferente de vestibulares .
A concorrência, por vezes, é ainda maior do que boa parte dos cursos das melhores instituições federais de ensino superior.
Centro de ensino público com melhor desempenho no último Enem pelo sétimo ano consecutivo, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (Coluni), em Minas Gerais , é um exemplo.
Em seu processo de seleção, que ocorre justamente hoje e amanhã em Viçosa e mais três cidades, os alunos passam quatro horas fazendo provas. Mas não é só o método de avaliação que lembra um vestibular: cada uma das vagas - são 150, no total - é disputada por 12 estudantes.
Se algum desses alunos quiser cursar Economia na Universidade de São Paulo ( USP ), vai encontrar uma concorrência bem parecida - 12,8 por vaga, no último vestibular.
Se este mesmo estudante preferir continuar em seu estado e seguir para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se dará bem na maioria dos cursos: a média geral da concorrência é de 9,04 candidatos por vaga. Em profissões mais disputadas, como medicina, chega quase a 50.
De qualquer forma, números próximos a 12 na relação de candidatos/vaga são vistos nos cursos de Administração, Comunicação Social e Engenharia Ambiental da UFMG.
Das 12 escolas mantidas pelo governo que estão entre as 100 de maior pontuação no último Enem, todas integram um dos grupos a seguir: são ligadas a uma universidade, são colégios militares ou são centros de ensino técnico. Ou seja, uma realidade distante da maioria das escolas públicas do país, cujo desempenho no Enem, em todas as competências avaliadas, é bem inferior à média das privadas ou das federais, que respondem pela maioria dos colégios públicos bem avaliados.
Para poucos
O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife , acumula, junto ao título de 2ª melhor escola pública do Brasil no Enem, o de tricampeã do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Todo esse reconhecimento torna a concorrência por uma vaga lá difícil. A instituição só abre vagas, 55 no caso, para o 6º ano do ensino fundamental. No ensino médio, só se entra se houver desistências.
O número de inscritos no processo de seleção (que inclui provas de português e matemática) varia entre mil e dois mil a cada ano, o que deixa a disputa com uma relação candidato/vaga entre 18 e 36 estudantes, mais acirrada que de cinco concorridos cursos da Fuvest, entre eles Audiovisual, Arquitetura e Engenharia Aeronáutica.
Na prática, portanto, para chegarem às melhores universidades, estes alunos acabam passando por duas pesadas seleções até os 18 anos.