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Envelhecimento elevará gasto público com internações

Custos com assistência mais que dobrariam entre 2010 e 2030


	Idosos com mais de 60 anos formam o grupo que mais contribuirá para aumento nos gastos
 (Sebastien Bozon/AFP)

Idosos com mais de 60 anos formam o grupo que mais contribuirá para aumento nos gastos (Sebastien Bozon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 16h47.

São Paulo - O envelhecimento da população fará com que os gastos públicos com assistência ambulatorial no País cheguem a R$ 33,4 bilhões em 2030. Este valor equivalerá a 2,3 vezes os gastos de R$ 14,8 bilhões realizados com estes serviços em 2010. Os dados constam de levantamento que o Instituto de Estudo de Saúde Suplementar (IESS) divulgou nesta terça-feira (27) no "Seminário Internacional: Projeções do Custo do Envelhecimento no Brasil", realizado na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com os autores do estudo, "o cenário em referência se aproxima daquele que considera o crescimento dos gastos totais de acordo com o crescimento previsto da economia de 4% ao ano". O trabalho ainda afirma que os grupos etários que mais contribuirão para o crescimento nos gastos serão os idosos acima de 60 anos e os que menos contribuirão serão as crianças e adolescentes.

"O cenário que considera a variação das taxas de utilização e dos gastos médios por grupo etário resulta em maior participação relativa dos idosos sobre os gastos totais em 2030, que aumentariam entre 22,4% e 53,3%", mostra o levantamento.

Com relação às despesas públicas com assistência hospitalar, segundo o IESS, o maior gasto seria com a retomada das taxas de internação por faixa etária aos níveis observados em 1995 (que foram de 10%), em conjunto com o envelhecimento populacional. "O gasto esperado é da ordem de R$ 30,1 bilhões, cerca de 2,8 vezes superior ao gasto com internação observado em 2010", afirma o documento.


O estudo mostra também que o cenário que contempla o efeito demográfico e a variação das taxas de internação por faixa etária de acordo com a média histórica (cenário de menor utilização) é o único que resulta em gastos esperados menores que os observados em 2010, evidenciando que o efeito negativo da redução nas taxas de utilização sobre os gastos é maior que o efeito positivo relacionado às mudanças demográficas. "Este cenário levaria a um gasto de R$ 9,2 bilhões, inferior aos R$ 10,7 bilhões observados em 2010", mostra o estudo.

O trabalho indica que, comparativamente à contribuição relativa observada em 2010, todos os cenários apresentam um aumento da representatividade dos idosos no gasto total. As faixas etárias com maior variação positiva são as de 60 a 69 anos e de 70 a 79 anos.

O estudo mostra ainda que o gasto público com assistência hospitalar e ambulatorial em 2030, considerando apenas o efeito demográfico, será da ordem de R$ 35,8 bilhões ante R$ 25,5 bilhões em 2010. "Se as taxas de utilização e os gastos médios crescerem, o cenário mais plausível, considerando as inovações tecnológicas na área da saúde, é de que o gasto chegará a R$ 63,5 bilhões em 2030, um aumento de 149% em relação a 2010".

Caso a economia cresça 2% ao ano, em 2030 os gastos assistenciais ambulatoriais e hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) representarão 1,1% do PIB, considerando o envelhecimento populacional e o crescimento nas taxas de utilização e gastos médios por grupo etário. Se a economia crescer 4% ao ano, esses gastos assistenciais irão consumir 0,8% do PIB.

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