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Temer abre os cofres para manter sobrevida política

Em jantar com Rodrigo Maia, presidente anuncia até a venda da Cedae para o BNDES, segundo Globonews

Temer: econtrou com Rodrigo Maia ontem para evitar polêmica entre os dois e seus partidos (Adriano Machado/Reuters)

Temer: econtrou com Rodrigo Maia ontem para evitar polêmica entre os dois e seus partidos (Adriano Machado/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 19 de julho de 2017 às 06h53.

Última atualização em 19 de julho de 2017 às 08h10.

O presidente Michel Temer segue em sua Cruzada para remontar a base aliada. A bola da vez é uma reunião de negociação nesta quarta-feira com as centrais sindicais, para minimizar os danos da reforma trabalhista. O texto aprovado pelo Senado na semana passada extingue a obrigatoriedade de trabalhadores registrados pagarem o imposto sindical, principal fonte de receita de sindicatos e federações em todo o país. O pagamento, que correspondia a um dia de trabalho por ano, torna-se opcional.

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Em 2016, o imposto rendeu 3,6 bilhões de reais e, agora, pode simplesmente sumir dos cofres dos sindicatos. Agora, o governo precisa ao menos fechar uma regra de transição para que as centrais não se inviabilizem financeiramente. Temer é obrigado a fazer afagos, pois a ala ligada aos sindicatos na Câmara dos Deputados é importante — em especial quando o presidente conta, um a um, os votos contra a admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente.

Foram-se os tempos em que a preocupação com os grupos sociais era desprezada por Temer, que detinha maioria e controle absoluto do Congresso. Para aprovar um relatório favorável na Comissão de Constituição e Justiça, Temer liberou 134 milhões de reais a aliados. Em duas semanas, liberou ainda 15 bilhões em verbas para estados e municípios. O pacote de bondades tem levado apreensão ao mercado financeiro e a aliados como o PSDB, que defendem a austeridade num momento de caixa cada vez mais apertado.

Temer conversou nesta semana com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para um plano de incentivo para área de petróleo e planeja aprovar 3 bilhões de reais para empreendedores vinculados ao Sebrae. Hoje, deveria ir a Caruaru, em Pernambuco, para a entrega do lote inicial dos cartões-reforma, que deve distribuir até 9.600 reais para 170.ooo famílias.

Um exemplo emblemático nessa queda de braço foi dado no jantar de ontem com Rodrigo Maia (DEM-RJ), quando, segundo a jornalista Cristiana Lôbo, da Globonews, Temer acertou a compra da Cedae, a companhia fluminense de água, pelo BNDES, por 3 bilhões de reais. A notícia, se confirmada hoje, deve esquentar os debates sobre as táticas do Planalto. Entre austeridade e sobrevivência política, a prioridade de Temer é muito clara: cofres abertos.

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