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Empresas de fora que pagaram propina não estão em cartel

Segundo delegada da Polícia Federal, companhias estrangeiras que podem ter pago propinas à Petrobras não fazem parte de um suposto cartel de empreiteiras locais

A delegada da Polícia Federal Erika Marena afirmou que há "indicação clara" de que empresas estrangeiras "direcionaram propina para a Petrobras" (Arquivo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2015 às 07h46.

Curitiba - A Polícia Federal está investigando empresas estrangeiras que podem ter pago propinas para obterem contratos com a Petrobras, mas essas companhias não fazem parte de um suposto cartel de empreiteiras locais, disse uma delegada da PF nesta quarta-feira.

A delegada Erika Marena afirmou à Reuters que há "indicação clara" de que, para vencer contratos, empresas estrangeiras "direcionaram propina para a Petrobras ou para diretores" da Petrobras.

Mas ao não acusarem essas empresas de formarem um cartel, os comentários de Marena sugerem que a polícia está montando o caso mais forte contra conglomerados brasileiros, que tiveram seus executivos presos.

Um importante promotor que cuida do caso, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse à Reuters na terça-feira que mais de uma dúzia de empresas estrangeiras são suspeitas de corrupção, entre elas a sul-coreana Samsung Heavy Industries, a construtora sueca Skanska AB, o grupo petrolífero e naval dinamarquês Maersk e a empresa de engenharia britânica Rolls Royce. Lima e Marena disseram que várias empresas estrangeiras se ofereceram para colaborar, na ânsia de manterem seus nomes limpos.

O Maersk Group reiterou em comunicado sua política de trabalhar contra a corrupção. As demais companhias citadas por Lima se recusaram a comentar sobre o caso.

"Infelizmente esse método de ganhar dinheiro de algumas pessoas dentro de serviço público, você vai encontrar em todas as estatais", declarou ela. Marena disse que "não há dúvida" de que a Eletrobras foi vítima desse esquema, assim como a Petrobras.

A Eletrobras informou não ter tido acesso à investigação, mas que contratou um escritório de advocacia neste mês para realizar uma auditoria interna.

Advogados de defesa têm criticado a investigação e especialmente a competência do juiz federal Sergio Moro, por permitir longas detenções de executivos antes dos julgamentos, incluindo o presidente da Odebrecht preso na sexta-feira.

A Odebrecht, maior empresa de construção da América Latina, tem questionado as provas que justificaram as prisões.

Moro teve de descartar uma evidência envolvendo uma transferência de 300 mil dólares para uma conta no exterior controlada pelo ex-diretor da Petrobras Pedro Barusco, quando a Odebrecht disse se tratar de uma venda de bônus.

Marena disse que a investigação "não está lastreada" nessa evidência específica e disse que a polícia está analisando outras contas no exterior nas quais Barusco e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmaram terem recebido propina da Odebrecht.

"Essa investigação não tem limite para onde pode ir", disse Marena.

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Curitiba - A Polícia Federal está investigando empresas estrangeiras que podem ter pago propinas para obterem contratos com a Petrobras, mas essas companhias não fazem parte de um suposto cartel de empreiteiras locais, disse uma delegada da PF nesta quarta-feira.

A delegada Erika Marena afirmou à Reuters que há "indicação clara" de que, para vencer contratos, empresas estrangeiras "direcionaram propina para a Petrobras ou para diretores" da Petrobras.

Mas ao não acusarem essas empresas de formarem um cartel, os comentários de Marena sugerem que a polícia está montando o caso mais forte contra conglomerados brasileiros, que tiveram seus executivos presos.

Um importante promotor que cuida do caso, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse à Reuters na terça-feira que mais de uma dúzia de empresas estrangeiras são suspeitas de corrupção, entre elas a sul-coreana Samsung Heavy Industries, a construtora sueca Skanska AB, o grupo petrolífero e naval dinamarquês Maersk e a empresa de engenharia britânica Rolls Royce. Lima e Marena disseram que várias empresas estrangeiras se ofereceram para colaborar, na ânsia de manterem seus nomes limpos.

O Maersk Group reiterou em comunicado sua política de trabalhar contra a corrupção. As demais companhias citadas por Lima se recusaram a comentar sobre o caso.

"Infelizmente esse método de ganhar dinheiro de algumas pessoas dentro de serviço público, você vai encontrar em todas as estatais", declarou ela. Marena disse que "não há dúvida" de que a Eletrobras foi vítima desse esquema, assim como a Petrobras.

A Eletrobras informou não ter tido acesso à investigação, mas que contratou um escritório de advocacia neste mês para realizar uma auditoria interna.

Advogados de defesa têm criticado a investigação e especialmente a competência do juiz federal Sergio Moro, por permitir longas detenções de executivos antes dos julgamentos, incluindo o presidente da Odebrecht preso na sexta-feira.

A Odebrecht, maior empresa de construção da América Latina, tem questionado as provas que justificaram as prisões.

Moro teve de descartar uma evidência envolvendo uma transferência de 300 mil dólares para uma conta no exterior controlada pelo ex-diretor da Petrobras Pedro Barusco, quando a Odebrecht disse se tratar de uma venda de bônus.

Marena disse que a investigação "não está lastreada" nessa evidência específica e disse que a polícia está analisando outras contas no exterior nas quais Barusco e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmaram terem recebido propina da Odebrecht.

"Essa investigação não tem limite para onde pode ir", disse Marena.

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