Exame Logo

Empreiteiras com interesse no exterior pagam viagens de Lula

Telegramas obtidos pela Folha de S. Paulo mostram que pode haver mais interesses nas viagens de Lula pagas por empreiteiras do que apenas levar a boa “imagem” do país

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de março de 2013 às 14h24.

São Paulo – Desde que deixou a presidência e venceu um câncer, Lula tem feito viagens a países da África e da América Latina bancado, em grande parte, pelas maiores empreiteiras do país. De acordo com telegramas de embaixadas brasileiras nessas nações obtidos pela Folha de. S. Paulo, o interesse das empresas em financiar as caras palestras de Lula no exterior – cujo valor, calcula-se, passam facilmente dos 200 mil reais – fica mais explícito.

“Ao associar seu prestígio às empresas que aqui operam, o ex-Presidente Lula desenvolveu, aos olhos moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial brasileira”, diz um telegrama da embaixada de Maputo.

“Trata-se de operação de indiscutível simbolismo que tem potencial para colaborar na mudança de percepção local sobre as empresas de capital brasileiro”, continua o telegrama.

Em seus negócios internacionais, muitas vezes em países de delicado cenário político, Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht comumente enfrentam resistências das populações locais sobre os benefícios da presença delas em território fora do Brasil.

Como mostra o telegrama, uma resistência que Lula – que já havia elegido em seu governo a América Latina e África como prioridades de política externa – pode ajudar a diminuir.

Desde 2011, segundo a Folha de S. Paulo, o ex-presidente visitou 30 países, sendo 20 na região. Empreiteiras custearam 13 desse total de viagens.

Lula deu início nesta semana a mais uma rodada africana, com cachês e custos pagos pelas empresas. A operação – que, frise-se, nada tem de ilegal – começou pela Nigéria (veja foto).

Resposta

À Folha, o Instituto Lula disse em nota que as viagens do ex-presidente têm o objetivo de consolidar a "imagem e os interesses da nação brasileira".

"Esses convites partem tanto de entidades populares, empresariais, sindicais, movimentos sociais, universidades e centros de pesquisa, quanto de governos, organismos multilaterais e órgãos de imprensa", afirma o instituto.

Também por meio de nota, a Odebrecht confirmou que bancou viagens de Lula à Venezuela e Panamá, em 2011, mas defendeu que os "assuntos de interesse da Odebrecht não constaram da pauta dos encontros e das reuniões das quais o ex-presidente Lula participou nas viagens aos países onde a Organização tem negócios".

A Odebrecht afirmou ainda que a internacionalização de suas operações teve início em 1979.

EXAME.com não obteve retorno da Camargo Corrêa até o fechamento desta matéria. A assessoria da OAS não foi localizada.

Matéria atualizada às 13h45 com a posição da Odebrecht.

Veja também

São Paulo – Desde que deixou a presidência e venceu um câncer, Lula tem feito viagens a países da África e da América Latina bancado, em grande parte, pelas maiores empreiteiras do país. De acordo com telegramas de embaixadas brasileiras nessas nações obtidos pela Folha de. S. Paulo, o interesse das empresas em financiar as caras palestras de Lula no exterior – cujo valor, calcula-se, passam facilmente dos 200 mil reais – fica mais explícito.

“Ao associar seu prestígio às empresas que aqui operam, o ex-Presidente Lula desenvolveu, aos olhos moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial brasileira”, diz um telegrama da embaixada de Maputo.

“Trata-se de operação de indiscutível simbolismo que tem potencial para colaborar na mudança de percepção local sobre as empresas de capital brasileiro”, continua o telegrama.

Em seus negócios internacionais, muitas vezes em países de delicado cenário político, Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht comumente enfrentam resistências das populações locais sobre os benefícios da presença delas em território fora do Brasil.

Como mostra o telegrama, uma resistência que Lula – que já havia elegido em seu governo a América Latina e África como prioridades de política externa – pode ajudar a diminuir.

Desde 2011, segundo a Folha de S. Paulo, o ex-presidente visitou 30 países, sendo 20 na região. Empreiteiras custearam 13 desse total de viagens.

Lula deu início nesta semana a mais uma rodada africana, com cachês e custos pagos pelas empresas. A operação – que, frise-se, nada tem de ilegal – começou pela Nigéria (veja foto).

Resposta

À Folha, o Instituto Lula disse em nota que as viagens do ex-presidente têm o objetivo de consolidar a "imagem e os interesses da nação brasileira".

"Esses convites partem tanto de entidades populares, empresariais, sindicais, movimentos sociais, universidades e centros de pesquisa, quanto de governos, organismos multilaterais e órgãos de imprensa", afirma o instituto.

Também por meio de nota, a Odebrecht confirmou que bancou viagens de Lula à Venezuela e Panamá, em 2011, mas defendeu que os "assuntos de interesse da Odebrecht não constaram da pauta dos encontros e das reuniões das quais o ex-presidente Lula participou nas viagens aos países onde a Organização tem negócios".

A Odebrecht afirmou ainda que a internacionalização de suas operações teve início em 1979.

EXAME.com não obteve retorno da Camargo Corrêa até o fechamento desta matéria. A assessoria da OAS não foi localizada.

Matéria atualizada às 13h45 com a posição da Odebrecht.

Acompanhe tudo sobre:ConstrutorasEmpresasEmpresas brasileirasLuiz Inácio Lula da SilvaNovonor (ex-Odebrecht)PersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame