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Empreiteira diz que foi alvo de achaques de Paulo Costa

Para assegurar contratos com Petrobras, Sérgio Mendes teria sido obrigado a repassar valores ilícitos para o ex-diretor Paulo Roberto Costa

Costa: segundo Sérgio Mendes, valor pago às empresas de Youssef foi para atender exigência do ex-diretor (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 19h37.

São Paulo - A defesa do empresário Sérgio Cunha Mendes, vice presidente da empreiteira Mendes Júnior , pediu sua absolvição sumária à Justiça Federal no Paraná sob alegação de que ele foi vítima de "achaque".

Para assegurar contratos com a Petrobras , Sérgio Mendes teria sido obrigado a repassar valores ilícitos para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, "com o auxílio" do doleiro Alberto Youssef.

Costa e Youssef, personagens centrais do suposto esquema de corrupção e propinas que se instalou na estatal petrolífera, estão presos desde março de 2014.

Eles fizeram delações premiadas. A tese da defesa da Mendes Júnior foi apresentada à Justiça Federal em resposta à acusação do Ministério Público Federal.

Segundo a força tarefa da Lava Jato, no período de 2004 a 2014, o vice presidente e outros executivos da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A (MJTESA) teriam praticado crime de corrupção ativa "pois teriam prometido vantagens indevidas ao então diretor de Abastecimento da Petrobras (Paulo Roberto Costa), para determiná-lo a praticar, omitir e retardar atos de ofício".

Interrogado pela Polícia Federal, Sérgio Cunha Mendes admitiu, expressamente, que a empreiteira fez pagamentos a duas empresas - GFD Investimentos e Rigidez -, controladas por Alberto Youssef para ocultar dinheiro de propina.

Segundo Sérgio Mendes, o valor total pago às empresas do doleiro alcançou R$ 8.028 milhões "para atender exigência de Paulo Roberto Costa".

O empresário afirmou que o dinheiro foi repassado ao então diretor de Abastecimento da Petrobras "como propina para que os pagamentos que eram devidos pela Petrobras à Mendes Júnior fossem realizados e a empresa não fosse excluída de licitações futuras".

A defesa da Mendes Júnior destaca na resposta à acusação que outros denunciados da Lava Jato - nas ações penais conexas, relativas a outras empreiteiras - "igualmente dão notícia do esquema de achaque contra as empresas contratadas pela Petrobras, por suas diretorias de Abastecimento (Paulo Roberto Costa) e Serviços (Renato Duque)".

A defesa da Mendes Júnior cita como supostas vítimas de achaques os executivos Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, e Gerson de Melo Almada, da Engevix Engenharia.

"Por estas razões, a defesa do denunciado (Sérgio Cunha Mendes) pede e espera sua absolvição sumária quanto à imputação do crime de corrupção ativa", escreveu o criminalista Marcelo Leonardo.

Para ele, "há, na realidade, uma tentativa de criminalizar o exercício regular do direito de defesa, constitucionalmente garantido no país".

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São Paulo - A defesa do empresário Sérgio Cunha Mendes, vice presidente da empreiteira Mendes Júnior , pediu sua absolvição sumária à Justiça Federal no Paraná sob alegação de que ele foi vítima de "achaque".

Para assegurar contratos com a Petrobras , Sérgio Mendes teria sido obrigado a repassar valores ilícitos para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, "com o auxílio" do doleiro Alberto Youssef.

Costa e Youssef, personagens centrais do suposto esquema de corrupção e propinas que se instalou na estatal petrolífera, estão presos desde março de 2014.

Eles fizeram delações premiadas. A tese da defesa da Mendes Júnior foi apresentada à Justiça Federal em resposta à acusação do Ministério Público Federal.

Segundo a força tarefa da Lava Jato, no período de 2004 a 2014, o vice presidente e outros executivos da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A (MJTESA) teriam praticado crime de corrupção ativa "pois teriam prometido vantagens indevidas ao então diretor de Abastecimento da Petrobras (Paulo Roberto Costa), para determiná-lo a praticar, omitir e retardar atos de ofício".

Interrogado pela Polícia Federal, Sérgio Cunha Mendes admitiu, expressamente, que a empreiteira fez pagamentos a duas empresas - GFD Investimentos e Rigidez -, controladas por Alberto Youssef para ocultar dinheiro de propina.

Segundo Sérgio Mendes, o valor total pago às empresas do doleiro alcançou R$ 8.028 milhões "para atender exigência de Paulo Roberto Costa".

O empresário afirmou que o dinheiro foi repassado ao então diretor de Abastecimento da Petrobras "como propina para que os pagamentos que eram devidos pela Petrobras à Mendes Júnior fossem realizados e a empresa não fosse excluída de licitações futuras".

A defesa da Mendes Júnior destaca na resposta à acusação que outros denunciados da Lava Jato - nas ações penais conexas, relativas a outras empreiteiras - "igualmente dão notícia do esquema de achaque contra as empresas contratadas pela Petrobras, por suas diretorias de Abastecimento (Paulo Roberto Costa) e Serviços (Renato Duque)".

A defesa da Mendes Júnior cita como supostas vítimas de achaques os executivos Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, e Gerson de Melo Almada, da Engevix Engenharia.

"Por estas razões, a defesa do denunciado (Sérgio Cunha Mendes) pede e espera sua absolvição sumária quanto à imputação do crime de corrupção ativa", escreveu o criminalista Marcelo Leonardo.

Para ele, "há, na realidade, uma tentativa de criminalizar o exercício regular do direito de defesa, constitucionalmente garantido no país".

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