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Embaixador do Brasil é declarado "persona non grata" na Venezuela

A ex-chanceler venezuelana disse que a medida será mantida "até que se restitua o fio constitucional que o governo vulnerou" no país

Venezuela: "Persistentemente fazem declarações, fazem uso do Twitter para querer dar ordens à Venezuela" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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EFE

Publicado em 23 de dezembro de 2017 às 16h36.

Última atualização em 23 de dezembro de 2017 às 17h54.

Caracas  - O embaixador do Brasil na Venezuela , Ruy Pereira, e o encarregado de negócios do Canadá no país, Craib Kowalik, serão declarados "persona non grata" pela Assembleia Nacional Constituinte, segundo informou neste sábado a presidente da entidade, Delcy Rodríguez, em declarações à imprensa.

"No âmbito das competências da Assembleia Nacional Constituinte, que está justamente na soberania das nossas bases comiciais, decidimos declarar persona non grata o encarregado de negócios do Canadá e o embaixador do Brasil", afirmou Rodríguez.

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A ex-chanceler argumentou que, no caso brasileiro, a medida será mantida "até que se restitua o fio constitucional que o governo vulnerou" no Brasil. O Canadá foi incluído "por sua permanente, insistente, grosseira e vulgar intromissão nos assuntos internos da Venezuela".

"Persistentemente fazem declarações, fazem uso do Twitter para querer dar ordens à Venezuela", acrescentou sobre a diplomacia canadense no país a presidente da Assembleia Constituinte, órgão plenipotenciário composto apenas pelo oficialismo e não reconhecido pela oposição e vários países.

Rodríguez comentou que nos dois casos a Chancelaria venezuelana "fará e tramitará o conducente" para que seja iniciado o processo de "persona non grata" aos dois diplomatas.

Brasil e Canadá foram dois dos países que, em meados de agosto, expressaram apoio ao Parlamento venezuelano, de maioria oficialista, e que se mostraram em desacordo com a formação da Assembleia Constituinte da Venezuela.

No caso do Brasil, o governo venezuelano afirma que o impeachment da presidente petista Dilma Rousseff no ano passado foi um golpe de Estado.

Em outubro, o chanceler venezuelano Jorge Arreaza entregou uma nota de protesto à embaixada canadense em Caracas "pela permanente e sistemática ingerência do governo canadense" na Venezuela.

Na última sexta-feira, o Executivo venezuelano acusou o Canadá de tentar "escavar" o diálogo que mantém com a oposição na República Dominicana e considerou uma "nova ameaça" a reunião realizada entre representantes canadenses com o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, na qual foi abordada a situação da Venezuela.

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