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Em SP, Doria tenta se associar também ao governo Temer

Afilhado político de Alckmin, João Doria quer mostrar que também tem trânsito no governo federal de Michel Temer


	João Doria: candidato recebeu apoio de ministros do PSDB para a campanha à prefeitura
 (Reprodução/Facebook/João Doria)

João Doria: candidato recebeu apoio de ministros do PSDB para a campanha à prefeitura (Reprodução/Facebook/João Doria)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 09h08.

São Paulo - Aposta do governador Geraldo Alckmin na disputa eleitoral em São Paulo, o candidato tucano à Prefeitura, João Doria, pretende mostrar que também tem acesso à administração do presidente Michel Temer.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que é filiado ao PSDB, participará de uma agenda nos próximos dias ao lado do candidato tucano.

Moraes será o primeiro integrante do primeiro escalão de Temer a fazer campanha em São Paulo. O local da atividade ainda não foi definido, mas a expectativa é de que seja já no próximo fim de semana.

Também tucano, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, se ofereceu para vir a São Paulo e pode gravar uma participação no horário eleitoral.

"O Doria tem apoio de vários ministros e eles se dispuseram a fazer campanha. Estamos analisando a melhor maneira. A ideia é que isso aconteça quando houver alguma atividade que tenha relação direta entre os problemas das cidade e as pastas", disse Júlio Semeghini, coordenador da campanha tucana.

Ao mesmo tempo em que Doria tenta mostrar acesso à máquina federal, a associação com o governo Temer, que é do PMDB, tem causado constrangimentos à candidata peemedebista, Marta Suplicy, chamada de "golpista" em algumas ocasiões durante a campanha.

No debate do domingo passado, promovido pela Gazeta, o jornal O Estado de S. Paulo e o Twitter, Marta tentou jogar na conta de Celso Russomanno (PRB) o desgaste por proposta impopular do governo.

Questionada sobre mudança na legislação trabalhista que prevê jornada de até 12 horas, a peemedebista cobrou o adversário. "Quem fez a proposta foi exatamente o ministro do Trabalho do PTB, que é do partido do Celso Russomanno", disse Marta na ocasião. O PTB tem a vice na chapa de Russomanno, Marlene Machado.

O partido de Russomanno também está na base de Temer e tem Marcos Pereira, presidente licenciado do PRB, como titular da pasta da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O ministro, porém, deve ficar fora da campanha em São Paulo.

"A orientação do presidente é evitar que ministros participem das disputas para não provocar desarranjos na base", disse José Yunes, coordenador da campanha de Marta e amigo pessoal de Temer.

Ele avalia que ministros "não agregam", porque a eleição é mais voltada para os temas relacionados à cidade.

Padrinho

Além de tentar passar a ideia de que tem bom trânsito na esfera federal, Doria reforçou a participação de Alckmin na campanha.

Comerciais com a dupla voltaram a ser exibidos no programa eleitoral da TV e o candidato tucano marcou dois eventos ao lado do padrinho para esta quinta-feira, 22.

O primeiro será um "encontro político" em um hotel na capital. O evento será o terceiro de Alckmin em toda a campanha. O primeiro foi uma caminhada em Paraisópolis e o segundo a convenção tucana.

Após o ato em um hotel da capital, o governador participará de um jantar de arrecadação de fundos. Cada convite custará R$ 2.500. Foram colocados à venda 800 ingressos ao todo.

Em outra frente, Doria receberá o apoio, em vídeo, de quadros tucanos paulistas. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Aníbal, que era desafeto de Doria, decidiram entrar na campanha.

O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, já gravou um depoimento, a exemplo do também senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do governo na Casa. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, deve ficar fora.

A coordenação de comunicação da campanha, porém, minimiza o peso dos apoios. "Todo apoio político é importante, mas, para o cidadão pobre da periferia, não há grande diferença pela falta de identificação com esses nomes", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o publicitário Lula Guimarães, responsável pela comunicação da campanha de Doria.

Candidato tucano diz que, se eleito, vai abrir mão de salário

O candidato João Doria (PSDB) prometeu na quarta-feira, 21, doar seu salário como prefeito, caso seja eleito, a "instituições", em entrevista à Rádio Bandeirantes e à BandNews. Em quatro anos de mandato e um salário de R$ 24 mil mensais, Doria abriria mão de mais de um R$ 1 milhão ao longo dos quatro anos.

"Tenho dinheiro suficiente para viver o resto da minha vida sem trabalhar (…) Quero seguir o exemplo de Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York", declarou o tucano na entrevista.

Bloomberg, que tem fortuna estimada em US$ 31 bilhões, foi prefeito de Nova York de 2002 a 2013. Estima-se que, durante os seus três mandatos, o político e empresário americano tenha gastado cerca de US$ 650 milhões do próprio bolso (viajava nos próprios jatinhos e helicópteros, por exemplo). Por ano, simbolicamente, Bloomberg recebeu US$ 1 por exercer o cargo de prefeito.

Doria declarou à Justiça Eleitoral ter patrimônio de R$ 179,9 milhões. Entre os bens que o candidato tucano afirmou ter estão quatro imóveis, o mais caro deles no valor de R$ 12 milhões, e quatro carros, entre eles dois Porsches no valor de R$ 316 mil e R$ 278 mil.

Além disso, declarou R$ 85 milhões em participações em nove empresas e R$ 36 milhões em investimentos em obras de arte e aplicações em dinheiro no Brasil e no exterior.

Ainda na entrevista, Doria foi questionado se o investimento financeiro feito na campanha compensaria. Doria afirmou que "não há investimento nem sentido empresarial, mas, sim, sentido social. Fazer esse esforço por quatro anos vai melhorar minha vida com meus amigos e com a cidade".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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