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Em Salto, Tietê agora é tomado por espuma branca

Fenômeno aconteceu pelo contato do fósforo, presente em saponáceos e detergentes, com o oxigênio da água


	Rio Tietê em Salto, no interior de São Paulo: manta poluidora deixou as águas escuras e pastosas
 (Miguel Schincarol/Agência Perspectiva)

Rio Tietê em Salto, no interior de São Paulo: manta poluidora deixou as águas escuras e pastosas (Miguel Schincarol/Agência Perspectiva)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2014 às 17h39.

Araçatuba - Após a passagem de uma manta poluidora que deixou as águas pretas, o Rio Tietê, em Salto (SP), foi coberto por uma espuma branca que tomou todo seu leito, entre o final da tarde de quinta-feira e a manhã desta sexta-feira, 28.

O fenômeno aconteceu pelo contato do fósforo, presente em saponáceos e detergentes, com o oxigênio da água.

"O fósforo chega ao rio porque não é totalmente eliminado dos saponáceos, sabonetes e detergentes nas estações de tratamento e, ao entrar em contato com o oxigênio, formou as espumas", explicou a coordenadora da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro.

Ela disse que a manta poluidora, que deixou as águas escuras e pastosas, reduziu a zero a presença de oxigênio. "Com a passagem dessa manta, o oxigênio foi voltando e, em contato com o fósforo, foram criadas as espumas."

A espuma já desapareceu. No entanto, a manta, formada por materiais sólidos e possivelmente lodo, continuou descendo rio abaixo, sem se dissolver ou assentar no fundo.

Malu afirmou que o fenômeno que escureceu e tornou pastosa a água do Rio Tietê, em Salto, é um acidente de grandes proporções causado por uma manta poluidora de 70 quilômetros de extensão.

O acidente, segundo ela, causará enormes prejuízos materiais, ambientais e econômicos para os municípios ribeirinhos, além de obrigar os órgãos de proteção do rio a adotarem medidas mitigadoras para evitar a reincidência.

Além de matar peixes e poluir a água, o acidente causa retrocesso nas conquistas dos municípios de trazer de volta a fauna que habitava o rio e que havia fugido com a chegada da poluição no Médio Tietê.

"Os prejuízos econômicos serão grandes principalmente para as colônias de pescadores da região de Conchas até Barra Bonita e para agricultores que usam a água do Tietê para irrigação ou alimentação do rebanho", afirmou.

A Cetesb, que nesta quinta-feira classificou de água escura e pastosa de um fenômeno normal, foi procurada novamente pela reportagem para se manifestar sobre o assunto e informou que se posicionaria ainda na tarde desta sexta-feira.

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