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Em sabatina, Marina diz ter diferenças com Alckmin

A candidata lembrou sua promessa de não concorrer a reeleição se vencer o pleito em outubro e o fato de ser favorável à alternância no poder


	Marina: "o PSDB está há 20 anos em São Paulo", apontou a candidata
 (Nacho Doce/Reuters)

Marina: "o PSDB está há 20 anos em São Paulo", apontou a candidata (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 11h22.

São Paulo - A presidenciável Marina Silva (PSB) disse ter diferenças com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB). Em sabatina do jornal O Globo, citou primeiramente a questão de o Estado de São Paulo ser governado há 20 anos pelo mesmo grupo político, lembrando sua promessa de não concorrer a reeleição se vencer o pleito em outubro e o fato de ser favorável à alternância no poder.

Ela assegurou até que, mesmo que o Congresso Nacional não aprove sua proposta de que os mandatos passem a cinco anos de duração, sem reeleição, ela ainda assim não pretende concorrer a segundo termo, se eleita.

Marina falou também da crise hídrica, acusando o governador de, por motivos eleitoreiros, não seguir o planejamento adequado nem adotar uma política de racionalização do uso da água.

"O PSDB está há 20 anos em São Paulo e estamos vivendo uma das piores crises de abastecimento de água. Foram desmontados os comitês de bacia, todo o processo virtuoso que nós tínhamos", afirmou. E diferenciou "racionalização" de "racionamento".

Sobre o ex-governador tucano José Serra, que vem sendo citado por Marina entre as pessoas "boas" com quem pretende governar, disse que é uma citação "simbólica".

"Nós tivemos uma convivência no Senado, onde ele, por exemplo, me ajudou a aprovar o subsídio para borracha dos extrativistas."

Questionada sobre a dificuldade de governar com alianças com pessoas em vez de partidos, dada a estrutura do Congresso Nacional, Marina afirmou que o problema é que hoje se foi para o outro extremo.

"Passaram a esquecer as pessoas e a se dirigir apenas aos partidos", afirmou. "Querem continuar com essa estrutura, em que um diretor assalta os cofres da Petrobras?", questionou.

A candidata disse esperar que a população vote nos melhores candidatos de cada partido para o Congresso. "Espero que pessoas virtuosas, revisitando seus partidos, possam renovar seus partidos."

Marina insistiu na sua proposta de governar com os "bons" que, segundo ela, estão em todos os lugares e em todos os partidos, reforçando também seu argumento contra a polarização tradicional entre PT e PSDB. A candidata disse que sua proposta tem sido muito atacada e voltou a defender que ela é factível, apesar de partir de um sonho.

"Eu sonho com uma governabilidade programática, não com uma governabilidade pragmática", afirmou. Repetiu que hoje há quadros que causam vergonha, como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

"Temos um ministro de Energia que é vergonha alheia quando fala de energia", disse Marina.

Criticou novamente também o perfil gerencial da presidente Dilma Rousseff.

"O Brasil não precisa de gerentes. Lula não era gerente, era um homem com visão estratégica", disse Marina, complementando que Fernando Henrique Cardoso também não foi um presidente gerente. "Em 2010, a gente passou a ter um concurso de gerente entre Dilma e Serra."

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