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Em meio a ofensiva do MST, CCJ adia votação de projeto de retirada de invasores sem ordem judicial

A presidente da comissão na Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), atendeu a pedido de parlamentares governistas

MST invade fazenda em Minas Gerais (MST/Divulgação)

MST invade fazenda em Minas Gerais (MST/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de abril de 2024 às 19h52.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara adiou, nesta terça-feira, a votação de um projeto que "dispõe sobre a retirada de invasores de propriedades privadas".

O texto prevê que proprietários de terras invadidas possam retomá-las “por sua própria força ou utilizar força policial”, independentemente de ordem judicial, “contanto que o faça logo e que os atos de defesa ou desforço não ultrapassem o indispensável à manutenção ou restituição da posse”.

A votação não pôde ser realizada pela abertura da Ordem do Dia no plenário da Casa. O inpicio dos debates na CCJ ocorreu em meio à nova investida do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que retomou as invasões e disse ter ocupado 24 propriedades desde a semana passada, no Abril Vermelho.

A sessão foi marcada, desde o início, por tentativas de embargo dos governistas da CCJ, que tentaram ingressar com debates extra-pauta para impedir a votação do projeto sobre invasões de propriedades. O requerimento de inclusão extra-pauta foi rejeitado em votação simbólica. A CCJ da Câmara é presidida pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC).

O deputado Patrus Ananias disse que a pauta da CCJ defendia "os interesses do capital".

— Deputados dessa CCJ querem o direito à propriedade para poucos. Estamos vendo a restrição da função social da propriedade rural e a restrição dos espaços urbanos. É o domínio do dinheiro —lamentou.

Já o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) disse que o projeto é "democrático e constitucional".

— O direito por intermédio de defesa por meio de arma de fogo é fundamental. Este projeto dá autonomia aos governos estaduais de controlarem suas legislações em relação às armas. Querem desarmar os nossos cidadãos. Esta matéria é constitucional — afirmou.

Na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou um programa para a reforma agrária, em solenidade no Palácio do Planalto, com a participação do grupo. A nova ofensiva dos sem-terra provocou reação dos governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e da bancada ruralista — todos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Aliado histórico do PT, o MST voltou a invadir terras no momento em que o governo tenta se aproximar de ruralistas. A relação conflituosa entre o agro e os sem-terra coloca Lula em um ponto de pressão entre a militância de esquerda e a necessidade de ampliar sua base.

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