Em Itu, Temer negociará reforma ministerial
ÀS SETE - O presidente tem definido a reforma dos ministérios para que ela sirva de moeda de troca por apoios na reforma da Previdência
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2017 às 06h33.
Última atualização em 14 de novembro de 2017 às 07h13.
Mesmo em recesso do Congresso, o presidente Michel Temer terá de lidar com pressão da base aliada nesta terça-feira. O assunto em pauta é a reforma ministerial, que serve de moeda de troca por apoios na reforma da Previdência. Apimenta o jogo o pedido de demissão do ministro das Cidades, o tucano Bruno Araújo (PE).
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O deputado afirmou em sua carta de saída que a “serenidade da história” reconhecerá os avanços do governo Temer. “Agradeço a confiança do meu partido, no qual exerci toda a minha vida pública, e já não há mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa”, disse.
A vaga agrada aos partidos do centrão. O lobby mais intenso é feito pelas lideranças do PP, nas figuras do líder de bancada Arthur Lira (PP-AL) — que inclusive pleiteia para si o cargo — e o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O bloco PP/Avante tem 51 deputados, número expressivo para as pretensões de Temer em aprovar ao menos uma versão tímida da reforma da Previdência.
O grande desafio será agregar o raivoso PP — que chegou a boicotar uma reunião de governo em busca de espaços na administração central — com outros partidos do centrão, sem dispersar os votos do PSDB, ainda o maior partido da base aliada do governo.
Mesmo com a recorrente ameaça de desembarque por parte dos tucanos, pauta que vai e volta desde maio, Temer não pode dar um passo em falso e perder votos do partido na reforma. O governo, então, espera a iminente saída de peessedebistas para lotear as vagas que se abrem. Os outros ministros tucanos são Aloysio Nunnes Ferreira (Relações Exteriores0, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
As conversas ocorrem enquanto o presidente Michel Temer prepara sua viagem para Itu, no interior de São Paulo. Na quarta-feira, feriado de Proclamação da República, o peemedebista participará de solenidade comemorativa em memória ao fato de Itu ter sido sede da primeira reunião do movimento republicano, em 1889. Nem em feriado, com folga no Congresso, o governo deve parar de negociar.