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Em dia de paralisação, servidores pedem reajuste de até 28%

Movimento começou em dezembro do ano passado, após a aprovação do Orçamento com previsão de reajuste apenas para policiais federais

Prédio do Ministério da Economia, em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Prédio do Ministério da Economia, em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 19h47.

Servidores públicos federais foram às ruas nesta terça-feira, 18, pedindo reajustes salariais e reestruturação de carreira. O protesto aconteceu em frente às sedes do Banco Central e do Ministério da Economia, em Brasília, e foi organizado pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). As 37 categorias representadas pela entidade pedem reajuste de até 28% nos salários.

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O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que também participou dos atos, defende uma reposição de 19,9%, que seria o equivalente à inflação de 2019 até hoje. O Fonasefe representa categorias que, em muitos casos, recebem salários menores do que as representadas pelo Fonacate.

O movimento começou em dezembro do ano passado, após a aprovação do Orçamento com previsão de reajuste apenas para servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

Nesta terça, o Fonacate pediu uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para levar as reivindicações ao governo. Se não houver reajuste para todas as categorias, a manifestação pode chegar a uma greve geral, alertam líderes do movimento. O presidente do Fonacate, Rudinei Marques, disse que uma greve no funcionalismo público pode ter início em fevereiro, a depender da resposta do governo federal. 

De acordo com Rudinei, antes de declarar uma greve, caso o reajuste não seja concedido, cada categoria deve se reunir individualmente e demonstrar, do ponto de vista formal, que os pleitos não foram atendidos. Isso é fundamental, segundo ele, para o movimento não ser declarado ilegal pelas cortes superiores. Há um movimento agendado já para a próxima semana.

"Estamos indo às ruas para dizer que não vamos aceitar tratamento indigno do governo Bolsonaro. De ataques reiterados a órgãos tão importantes, como o Ibama, o Inpe e o ICMBio e da ingerência governamental sem precedentes na história no Coaf, Polícia Federal e Receita Federal. Além de Guedes ter dito que queria colocar uma granada no bolso de servidores", criticou Rudinei.

O movimento que gerou a mobilização desta terça-feira começou com uma entrega de cargos na Receita Federal e no Banco Central. Aos poucos, ganhou a adesão de servidores do Tesouro Nacional, professores, auditores fiscais agropecuários, entidades ligadas aos Poderes Legislativo e Judiciário, entre outros. Estão previstos mais atos nos dias 25 e 26 deste mês e há um indicativo de greve geral para fevereiro.

Os auditores da Receita Federal não aderiram aos atos desta terça-feira. O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) não identificou bandeiras do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) tanto no ato da manhã, no Banco Central, quanto no ato da tarde, no Ministério da Economia.

Além disso, ao contrário de outras categorias, também não houve manifestações de membros da entidade no carro de som. Procurada, a entidade não esclareceu o motivo do não comparecimento dos membros do órgão ao ato. Na segunda-feira, o Sindifisco disse que quem deveria se posicionar sobre a mobilização desta terça eram as entidades que representam os servidores públicos federais no geral.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira que é “muito pequeno” o espaço orçamentário para conceder aumentos a servidores. O presidente Jair Bolsonaro, segundo ele, ainda não definiu se haverá reajuste a policiais federais. "Não sei nem se o presidente vai conceder isso aí. Não sei, vamos aguardar o presidente bater o martelo nisso aí. O espaço orçamentário é muito pequeno", disse.

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