Guilherme Boulos: "O Judiciário tem lado e tem posição e agora resolveu intervir no processo político e eleitoral" (Facebook/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de junho de 2018 às 18h14.
Curitiba - O pré-candidato à Presidência da República Guilherme Boulos (PSOL) esteve na manhã desta segunda-feira, 11, em Curitiba, em agenda de campanha na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde discursou para uma plateia predominantemente formada por estudantes.
Boulos explorou no seu discurso o que ele chamou de "politização do Judiciário", referindo-se principalmente à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está na Superintendência da Polícia Federal do Paraná há dois meses. "O Judiciário tem lado e tem posição e agora resolveu intervir no processo político e eleitoral", criticou.
Entre os desafios de Governo, disse que a prioridade é o combate aos privilégios, citando membros da política e do Judiciário, a colocação no centro do debate político de pautas polêmicas, como aborto, segurança pública, descriminalização das drogas, entre outras, e a reforma do sistema político brasileiro. "O Brasil é ingovernável nesse sistema", discursou.
À reportagem, Boulos preferiu não comentar as alianças políticas que podem se formar em torno da candidatura do PSOL ao Governo, que tem como pré-candidato Professor Piva. Há duas correntes do partido no Paraná - uma delas com atuação mais acentuada pela defesa da soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato. O petista está preso em Curitiba desde 7 de abril após condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
"A prisão do Lula é uma prisão política, que interfere no processo eleitoral. Foi uma condenação sem provas, então o tema da defesa da liberdade do Lula é um tema de defesa da democracia. Não é possível falarmos em construção de futuro se a gente não falar do mínimo de democracia no presente", declarou Boulos à reportagem sobre a agenda em torno do petista.
Depois do evento na UFPR, o pré-candidato do PSOL seguiu para o acampamento pró-Lula em frente à PF, onde participa de um ato político.