Eletrobras estuda incorporar até quatro distribuidoras
No mercado, comenta-se que a mais cotada seria a distribuidora de Goiás
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2011 às 12h31.
Rio de Janeiro - O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse hoje que a companhia estuda incorporar de três a quatro empresas distribuidoras de energia, que estariam em condições financeiras desfavoráveis. Ele não quis citar quais seriam estas distribuidoras, mas afirmou que as informações já têm sido "ventiladas no mercado".
No mercado, a mais comentada seria a distribuidora de Goiás. Hoje, a Eletrobras possui seis distribuidoras: em Roraima, Rondônia, Acre, Piauí, Alagoas e Amazonas. Ele descartou que alguma delas deverá ser vendida este ano.
Segundo o executivo, a Eletrobras está atualmente em processo de saneamento das contas de distribuidoras já incorporadas pelo grupo. Novas unidades que poderiam passar por uma incorporação ainda não estão no orçamento previsto para 2011, que é de R$ 9 bilhões, ante R$ 5,7 bilhões investidos no ano passado.
Plano de negócios
Carvalho Neto afirmou ainda que a empresa deverá rever seu plano de negócios e estabelecer prazos mais longos. Segundo ele, até o final de abril, a companhia deverá divulgar seu plano para o período entre 2011 e 2020. Neste planejamento estarão incluídos cenários que contemplam a renovação dos contratos de concessão previstos para vencer em 2015.
"Estamos recebendo sinalizações de que a renovação realmente vai ocorrer, mas ainda não sabemos a que tarifas, privilegiando a modicidade tarifária. Por isso, vamos prever cenários com a tarifa atual, descontos de 10%, 15%, 20%", disse.
Segundo o presidente da Eletrobras, o plano prevê como prioridade diretrizes para assegurar a geração de energia para o Brasil nos próximos dez anos.
Com relação à energia nuclear, ele comentou que a empresa apenas mantém os planos para conclusão de Angra 3 e a construção de mais quatro usinas nucleares. "Sobre o futuro do programa nuclear brasileiro, será uma decisão que vai passar pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e pela presidente Dilma (Rousseff)", disse, ao ser indagado sobre as mudanças que poderiam ser tomadas em decorrência do acidente nuclear no Japão. "O que vai acontecer é aumentar ainda mais o nível de segurança das usinas", afirmou.
Belo Monte
A Eletrobras está recebendo propostas de novas empresas interessadas em participar do consórcio da usina de Belo Monte, afirmou Carvalho Neto. "Não será nenhum problema a substituição de empresas que saíram".
Carvalho Neto também minimizou a situação das usinas do Complexo do Rio Madeira. Segundo ele, a situação tensa em Jirau "já está contornada" e as obras estão sendo retomadas gradativamente. O presidente da Eletrobras afirmou que os cronogramas "serão mantidos dentro do possível". "Foi um problema pontual", afirmou.
O executivo acredita que haverá um atraso máximo de um mês para a entrega de cada obra em relação ao que seria antecipado. "Estamos dentro do cronograma, mas talvez não consigamos antecipar a venda da energia e geração de receita tanto quanto esperávamos", disse. Segundo ele, isso não deve comprometer o fluxo de caixa das companhias que compõem o consórcio.