Temer: ex-presidente defende que radicalização vai contra a Constituição (Gunther Werk/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 9 de novembro de 2024 às 09h00.
O ex-presidente Michel Temer avalia que o resultado das eleições municipais, com a vitória dos partidos do centrão, mostrou que o povo “não quer radicalização”.
“As eleições revelaram que o povo não quer a radicalização. Quer uma certa moderação e se opõe aos extremos”, afirmou em rápida conversa com a EXAME após participar do 1º Congresso do Instituto Brasileiro de Precatórios.
Temer acrescentou que o equilíbrio é uma determinação da própria Constituição e que, quando há uma radicalização, “há uma desobediência à própria Constituição Federal”.
A avaliação do emedebista é que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos não serve como indicativo para o Brasil na próxima corrida eleitoral.
“As coisas serão definidas pelas realidades locais e pela situação da economia do país", disse.
Sobre a citação do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre uma possível chapa para 2026, Temer reafirmou que nunca conversou com Bolsonaro sobre isso e que está afastado da vida pública.
Temer também comentou sobre a futura relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Trump. Ele afirmou que, no Brasil, comete-se o erro de ver essa relação como pessoal, quando, na verdade, trata-se de uma questão institucional entre o estado brasileiro e o norte-americano.
“A relação não é entre Lula e Trump. É uma relação entre o Brasil e os Estados Unidos. É uma relação institucional. Acho que o presidente fez bem em cumprimentar o vencedor”, concluiu.