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Eleições 2022: Simone Tebet ganha força no PSDB

MDB, PSDB e União Brasil definiram um calendário para buscar o consenso. O martelo será batido no dia 18 de maio

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa semipresencial. Ordem do dia. Plenário analisa indicações da Presidência da República para diretorias de agências reguladoras e para a recém-criada Autoridade Nacional de Proteção de Dados. À tribuna, em discurso, senadora Simone Tebet (MDB-MS). (Waldemir Barreto/Agência Senado)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de abril de 2022 às 09h59.

Última atualização em 14 de abril de 2022 às 09h59.

O nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ganha força entre partidos do centro político que se comprometeram a lançar uma candidatura única ao Palácio do Planalto neste ano. Além de arregimentar apoios formais de diretórios regionais emedebistas, ela passou a ser vista neste momento como a pré-candidatura mais "estável" da chamada terceira via por integrantes da cúpula e da bancada do PSDB, apesar da persistência do ex-governador João Doria, que venceu as prévias tucanas de 2021.

Junto neste bloco, a União Brasil vai apresentar oficialmente, hoje, o deputado Luciano Bivar (PE) como pré-candidato à Presidência. Nos bastidores, ele é apontado como um candidato a vice na eventual chapa do consórcio dos três partidos.

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MDB, PSDB e União Brasil definiram um calendário para buscar o consenso. Depois do lançamento de Bivar, os dirigentes vão se reunir na próxima semana para discutir os critérios de escolha. O martelo será batido no dia 18 de maio.

Presente a um evento em homenagem ao prefeito Bruno Covas, morto em maio de 2021, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, repetiu nesta terça, 12, para jornalistas o que já tinha dito reservadamente antes em um jantar fechado com empresários. Segundo ele, a decisão tomada pelo consórcio MDB, PSDB e União Brasil será definitiva e soberana, e estará, portanto, acima do resultado das prévias tucanas do ano passado.

"Estou deixando claro que o PSDB está contido no acordo de uma aliança nacional. João Doria é o candidato do PSDB e está contido neste acordo, mas não seremos candidatos de nós mesmos. O PSDB não vai às ruas neste ano com um candidato de si próprio" afirmou Araújo.

No mesmo dia, à noite, o ex-presidente Michel Temer (MDB) foi acionado na articulação em torno de Simone diante da ameaça de uma dissidência pró-Lula no partido. Ele mediou um encontro entre tucanos e a senadora.

Doria, Tebet e Temer jantaram na casa do empresário Caco Alzugaray, dono da Editora Três. Segundo o relato de participantes, o encontro reforçou o calendário, mas ampliou o seleto grupo que vai dar a palavra final. Em uma vitória para Doria, os próprios pré-candidatos participarão dos debates com os dirigentes de agora em adiante, o que em tese reduz o poder de Bruno Araújo.

Em apenas dois dias, a senadora reuniu o apoio formal de 14 dos 27 diretórios do partido, o que numericamente já daria a ela uma vantagem folgada na convenção. Segundo informações do MDB, 20 das 27 executivas regionais estão fechadas com a senadora, mas os anúncios serão feitos a conta-gotas.

"O MDB banca a Simone. Temos 37 deputados federais, sendo apenas 5 contrários e que apoiam Lula. A nossa grande maioria é de apoio a Simone Tebet. E a maioria vai vencer. É o que rege a democracia", disse anteontem o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Consenso

Nas conversas entre a cúpula dos três partidos há consenso de que o nome de Doria hoje está fragilizado e isolado no próprio PSDB, que não está disposto a abrir o cofre para bancar a campanha presidencial do ex-governador.

Apesar dos sinas, o grupo de Doria resiste e aposta nas inserções de TV do partido, que começam em 26 de abril, para projetar o ex-governador. Além de ter um amplo comitê na capital e mais estrutura que os demais pré-candidatos, o time de Doria também contratou o marqueteiro Lula Guimarães, que comandou a campanha de Geraldo Alckmin em 2018.

"Não existe isso (do acordo partidário valer mais que as prévias). O que vale é o resultado das prévias, a não ser que o João Doria abra mão da candidatura. E ele não vai abrir", disse o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo.

Em entrevista à CNN Brasil, Simone disse que tem o apoio da maioria dos 27 diretórios do MDB. "Não há unanimidade, mas temos unidade. Quatro ou cinco senadores não representam a maioria absoluta. A maioria dos diretórios está conosco", afirmou.

Segundo interlocutores do PSDB e do MDB, a opção de lançar a senadora foi reforçada pela obrigatoriedade da cota de 30% do Fundo Eleitoral para candidaturas de mulheres.

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